Viseu Natal. Sonho Tradicional

Dobrado o Dia de Reis, encerrado o generoso ciclo das festividades natalícias que a Câmara Municipal de Viseu e seus parceiros ofereceram ao colectivo da cidade dele fazendo participe, como consta do recheado programa, as freguesias que moram para além do Centro Histórico, reparo ainda nos Cartazes que se mantêm em aberto, alcandorados nos moopyes, […]

  • 20:51 | Sábado, 11 de Janeiro de 2014
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Dobrado o Dia de Reis, encerrado o generoso ciclo das festividades natalícias que a Câmara Municipal de Viseu e seus parceiros ofereceram ao colectivo da cidade dele fazendo participe, como consta do recheado programa, as freguesias que moram para além do Centro Histórico, reparo ainda nos Cartazes que se mantêm em aberto, alcandorados nos moopyes, as luminosas cores da imagem alada resistindo à inclemência do Inverno e eu desejaria que tal fosse premonição. Que esse anjo travestido de mulher, se anjo for, génio bom eu desejaria antes que ele fosse, no sobrevoo do céu da cidade, garantia que o Natal irá ser todos os dias. E eu escrevo, fazendo deste sonho de Natal apregoado no Cartaz, meus votos da quadra e escrevo para felicitar a Câmara Municipal por ter escolhido esta imagem como imagem de marca deste seu primeiro e emblemático projecto de celebração do Natal. E faço-o, honestamente, por múltiplas razões. A primeira porque utiliza um fragmento do seu património indo buscar o pormenor iconográfico e pictórico à sumptuosa alegoria pintada em 1909 no átrio dos Paços do Concelho. Em consequência porque homenagem se faz assim ao pintor José de Almeida e Silva, seu autor, cativo, em sua longa vida, de entranhado amor por esta cidade onde nasce e morre, romântico e sentimental ainda que grafada a sua pintura nas tintas de um naturalismo estreme de que tão raramente consegue desprender-se. Razão de acréscimo, não menor, é a da utilização da fotografia de José Alfredo, esse virtuoso mágico da luz, da forma e da cor que a cidade tarda em reconhecer e aqui, ao utilizar a imagem por ele colhida, se lhe presta respeitoso reconhecimento. Outra razão ainda, e bastas já são, esta que remete para o simbolismo que para mim invento e atrás referi, o voo dessa fulgurante figura alada que irrompe pela largueza de um diáfano céu que assimilo ao céu da cidade e de seus termos, anjo ou mulher, tanto faz, antes mulher que de asas acorre onde chamada, compassiva, mansa de coração e de constância, arauto, génio bom, exemplar símbolo de um verdadeiro Espírito de Natal que eu desejo possa demorar, pairando, sobre o céu desta cidade que eu habito.

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Publicado em Cultura