27 de Maio de 1963/2015 – Mensagem lida em Sernancelhe

A escrita de Aquilino continua viva e apontada para o futuro. Uma sombra tutelar para que nos devemos voltar “cultivando a inquietação como fonte de renovamento”.

  • 13:40 | Quinta-feira, 28 de Maio de 2015
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Cabe-me agradecer ao Sr. Ministro da Educação e Ciência, Prof. Nuno Crato, e ao Sr. Presidente da Câmª de Sernancelhe, Dr. Carlos Silva Santiago por esta homenagem ao meu avô Aquilino que cala fundo no meu coração. Bem hajam por isso.

A escrita de Aquilino continua viva e apontada para o futuro. Uma sombra tutelar para que nos devemos voltar “cultivando a inquietação como fonte de renovamento”.

A moldura da sua geografia sentimental é bem assumida no destaque que ele mesmo dá à sua vivência juvenil: “a aldeia serrana, como aquela em que fui nado e baptizado e me criei são e escorreito é assim mesmo: barulhenta, valerosa, suja, sensual, avara, honrada, com todos os sentimentos e intintos que constituem o empedrado da comuna antiga” (Terras do Demo).


Manuel Mendes escreveu que os “seus serranos, personagens do melhor da obra de ficção são como as árvores que alargam as frondes à luz do céu, como ribeiro que corre por entre os penhascos, e vai desferindo alegre cantar, ou a bramir pelas noites da invernia”.

Na verdade, esta inspirada fidelidade às origens esteve sempre presente no compasso da sua vida quotidiana, sobretudo na forma como deitava mãos à enxada e desbravava a única quinta que verdadeiramente tinha, a escrita: “nunca soube o que era servidão aos preconceitos, às classes, nem mesmo ao gosto do público. Se pequei, pequei por conta própria, exclusivamente. Em todos os meus livros, se pode verificar mais ou menos esta rebeldia de carácter” (Aquilino Ribeiro).

Um monumento literário desta elevação renasce a cada leitura que se faça. Homenagear Aquilino é lê-lo, permanentemente.

A todos o mais sincero e rendido agradecimento,

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Publicado em Cultura