Viseu estratégia 180º

Quem quiser melhor perceber o concelho nas suas possibilidades e limitações deve ouvir com espírito critico os canais dos “youtubers” brasileiros radicados em Viseu.

  • 16:37 | Terça-feira, 09 de Abril de 2019
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Quem quiser melhor perceber o concelho nas suas possibilidades e limitações deve ouvir com espírito critico os canais dos “youtubers” brasileiros radicados em Viseu.

Apaixonados pela região pelo que lhes oferece de paz, segurança e conforto apresentam sem compromissos políticos e imparcialidade o outro lado da moeda das dificuldades em habitação, emprego e educação.

O interior onde Viseu sem acesso directo a Espanha e ao mar, perdeu há muito o comboio que a ligasse a estes espaços de oportunidade e apenas se aproximou de Lisboa por um IP 3 perigoso e deteriorado. Encaixado entre as montanhas, o concelho de gentes tão boas herdeiras do ADN do guerreiro Viriato, prendeu-se mais no medo da traição por terceiros que no ímpeto conquistador do Infante D. Henrique. Fechou-se nas antigas muralhas e viu-se amarrada no interesse partidário do centrão vendo fugir a Universidade Pública, vendo gorada a expectativa da Auto Estrada Viseu x Coimbra e vendo morrer sem ter nascido o comboio Aveiro – Viseu – Vilar Formoso.


Certo que pelo caminho foi tendo uns obreiros, Engrácia Carrilho e Fernando Ruas, que foram fazendo obra e desenhando a cidade de hoje, acrescentando circular a circular aproximando a urbe dos vizinhos. Foram tempos de fundos comunitários a rodos e alcatrão e betão em camiões e camiões. Depois veio o caos, terminados os fundos e substituída a visão alargada pelos políticos do “penso rápido da formação” e dos “shots de propaganda” a cidade e o concelho perdem dinâmica e gente a olhos vistos. Urge pois, reinventar as soluções, animar os viseenses e galvanizar a região.

Tentar resolver problemas diferentes com soluções do passado não produz resultados diferentes de modo que, o pomposo e espalhafatoso “Plano de ação para a conclusão da rede rodoviária estruturante de Viseu, consolidando o seu esquema radioconcêntrico e a sua projeção estratégica pelo território envolvente” do PS, ou em resumo o Viseu a 360 é mesmo isso, sair do ponto inicial em que nos encontramos e no final de estoirar mais uns milhões na política do betão e alcatrão, estar exactamente no mesmo sítio e com o mesmo drama. Muitas estradas, imensas circulares, milhentas rotundas e zero pessoas!

É claro que Fernando Ruas aplaude a ideia pois seria a realização do seu sonho de autarca realizador, mas para além do aconchego político que deu ao PS e do recado ao seu sucessor, sabe que não é o tempo nem o momento de desperdiçar recursos.

A aposta e a solução estará mais numa “estratégia 180”, mudando as políticas para projectos que tragam pessoas, investidores e turistas para a região.

Como? Reduzindo impostos, baixando custos da habitação e serviços básicos, transportes a custo sustentável, subsidiando criteriosamente a industria e a criação de emprego, alugando terras do estado a custo simbólico a jovens agricultores, baixando o custo da energia para o comércio, apoiando a família nos custos de educação dos filhos, promovendo a cultura e dinamizando o turismo em apoio daquilo que os privados fazem bem, etc… virando o sentido para as pessoas, centrifugando todos os recursos para esses fins.

É tudo uma questão de prioridades e neste momento crítico do interior, o tempo do alcatrão terá que esperar pelo tempo das pessoas.

É isso que o poder instalado na Praça não sabe fazer e a oposição não sabe defender.

Continuem a votar neles!

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Publicado em Opinião