
Porque é que os funcionários das escolas fazem greve?
Porque são profissionais que à semelhança dos professores estão a ficar envelhecidos, por isso, ficam mais vezes doentes e têm de meter mais vezes baixa médica. Para além disso, ganham muito mal para o trabalho que fazem e para as responsabilidades cada vez maiores que lhes são exigidas. Não existe uma carreira e a antiguidade é muito pouco valorizada à semelhança da formação inicial de cada assistente operacional. A formação profissional ao longo da carreira também é escassa ou inexistente.
Um assistente operacional traz hoje para casa limpos no fim de cada mês cerca de 630/640 euros. Conseguirá viver com dignidade e pagar as suas contas e despesas com os filhos? Tem de conseguir, mas para o conseguir necessita de recorrer a apoios e subsídios estatais. Não devia ser assim, mas é assim que acontece na maior parte dos casos.
Os assistentes operacionais são uma espécie de parente pobre da educação, no entanto, quando não estão presentes deixa de haver aulas e os alunos têm de ir para casa. A sua ação e o seu trabalho são essenciais na implementação da escola a tempo inteiro, mas o Ministério da Educação quer continuar a fazê-lo sem lhes assegurar as devidas condições de trabalho e financeiras.
A regularização dos assistentes operacionais precários foi um passo importante, mas como se vê há ainda muito caminho a percorrer para se valorizar a profissão.
Carlos Cunha