TREINAR ATÉ ESTOIRAR FARÁ ALGUM SENTIDO?

      A atividade física está em voga. Correr, andar de bicicleta, aulas de zumba, musculação, caminhadas, entre tantas outras, são atividades que vieram para ficar e entraram no quotidiano de muitos portugueses. Estilos de vida saudável são elogiáveis e recomendáveis. É bom ver as pessoas em movimento, a exercitarem o corpo e a […]

  • 14:04 | Segunda-feira, 21 de Setembro de 2015
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A atividade física está em voga. Correr, andar de bicicleta, aulas de zumba, musculação, caminhadas, entre tantas outras, são atividades que vieram para ficar e entraram no quotidiano de muitos portugueses. Estilos de vida saudável são elogiáveis e recomendáveis. É bom ver as pessoas em movimento, a exercitarem o corpo e a mente.

O problema, na minha opinião, são os excessos e o treino sem limite e sem acompanhamento técnico por parte de profissionais credenciados.

Há muito tempo que me questiono, até que ponto fará sentido pessoas que descobrem (ainda bem que descobrem) a prática desportiva numa idade já avançada devem submeter-se a cargas físicas que, em resultado de atividades de alto impacto, resultam em esforços “brutais” que terão consequências nefastas no médio / longo prazo.

Não sendo eu um entendido na matéria, nunca me atrevi a fazer uma análise a esta questão que me tem merecido algumas conversas com amigos que se dedicam à prática desportiva.

Eis que ao ler o Jornal do Centro (18/09), encontro, num artigo de João Luís, professor da ESEV e ex jogador profissional de futebol, tudo o que penso, mas não seria capaz de transmitir com competência e autoridade.

Pela importância do conteúdo, com a devida vénia ao autor, passo a transcrever o que me parece mais significativo:

“(…) sabe-se que o desporto de rendimento é um agressor da saúde. O organismo é explorado a níveis supra máximos para produzir o que pode e, muitas vezes, o que não pode. Com cargas de treino exageradas e com auxílio de substâncias ergogénicas, sejam elas proibidas ou não. As consequências mais drásticas fazem-se sentir, sobretudo, a longo prazo. Percebe-se, no entanto, quem nele se move, pelo retorno financeiro e pelo reconhecimento social que ele proporciona.

Muito estranha é a atual moda das atividades físicas de alto impacto. Nos ginásios ou ao ar livre, as atividades de altíssima intensidade, como o Crossfit ou os Trails ultra, têm cada vez mais seguidores. Uma lógica curiosas e, diria, até absurda, se consideramos que quem as pratica não tem compensação financeira (como os profissionais de desporto de rendimento têm) para os níveis de agressão a que sujeitam o seu corpo e, pelo contrário, pagam para isso. Pagam diretamente, na inscrição nas atividades e pagam indiretamente porque acabam por recorrer a suplementação para as poderem suportar. Quando os espaços de prática deveriam funcionar como locais onde se dissipam energias acumuladas, pelas tensões e pela alimentação, temos o contrário, as pessoas alimentam-se e suplementam-se para irem treinar (?!). Treinar?!! Mas… estas pessoas, não sendo militares, policias ou bombeiros, treinam(?!) desta forma para quê?. O ser humano é curioso.”

 

João Luís dixit!

Caro João, não o conheço pessoalmente, mas admirei-o na qualidade de futebolista, sigo as suas crónicas no JC e quero agradecer-lhe por este alerta que considero importantíssimo.

Treinar até estoirar fará algum sentido?

 

Notas:

  1. A imagem foi retirada do site LIFESTYLE.SAPO.PT;
  2. O sublinhado no texto citado é da minha autoria.

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Publicado em Opinião