Obviamente, um congresso

    É assim a vida. Feita de resultados. E quando estes não correspondem aos objetivos traçados têm que ter consequências. Temos que refletir sobre os mesmos e afinar as estratégias. Enquadram-se, neste caso, os resultados do PS nas eleições legislativas de 4 de outubro. Temos que ser muito claros na análise, para sermos igualmente […]

  • 18:42 | Terça-feira, 06 de Outubro de 2015
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É assim a vida. Feita de resultados. E quando estes não correspondem aos objetivos traçados têm que ter consequências. Temos que refletir sobre os mesmos e afinar as estratégias.


Enquadram-se, neste caso, os resultados do PS nas eleições legislativas de 4 de outubro.

Temos que ser muito claros na análise, para sermos igualmente muito objetivos na definição de uma linha para o futuro.

O PS nem ganhou à coligação, nem foi o partido com mais mandatos, quando isolamos os resultados partidários.

Mas, acresce, porém, a este mau resultado socialista um cenário em que a coligação, ganhando, não obteve maioria absoluta de mandatos o que, obrigando-a a formar governo, lhe exige um elevado sentido de compromisso. Ora isto coloca o PS e António Costa, sempre, no cerne das decisões futuras que serão muitas e exigentes, sob o ponto de vista político e institucional.

Ou seja, os portugueses deixaram bem claro, nestas eleições, o que querem e o que não querem para Portugal. Querem que seja a coligação a governar, mas não querem o mesmo programa de governo.

E esta é uma conjuntura completamente nova, em que a direita ganhando, está em minoria num parlamento maioritário de esquerda. E esta realidade exige dos partidos posicionamentos políticos bem definidos.

É, pois, precisamente aqui que se coloca ao PS a óbvia necessidade de escutar os socialistas, o que só através de um congresso é possível.

Em primeiro lugar, não podem restar nenhumas dúvidas nem pairar quaisquer fantasmas sobre a liderança do PS. Quem a quiser disputar deve fazê-lo. Em segundo lugar não pode haver nenhuma tergiversação sobre o posicionamento do PS na Assembleia da República no quotidiano parlamentar que vai ser prenhe de ocasiões crispadas.

O programa de governo, os orçamentos de estado, os programas de estabilidade e crescimento, as moções de censura ou de confiança, as votações de projetos fraturantes à esquerda ou à direita, de tudo um pouco, seja adrede ou não, colocará com inusitada frequência uma enorme barra, nomeadamente, sobre o Partido Socialista.

Há uma necessidade absoluta de ter linhas de rumo bem marcadas e “cartas de marear” com o norte bem definido. E o PS só pode fazer isso num congresso que deverá ocorrer o mais rapidamente possível, sendo que as eleições presidenciais, em nada ajudarão este desiderato.

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Publicado em Opinião