O drama dos migrantes

  Nas últimas semanas, temos assistido ao êxodo dramático para a Europa e, nomeadamente, para a Alemanha de milhares de migrantes e refugiados. Homens, mulheres e crianças que fogem da guerra. sobretudo da Síria, do Paquistão e da Eritreia. O objetivo é a sobrevivência, é conseguir garantir a sua integridade física, isto é, assegurar a […]

  • 21:25 | Domingo, 06 de Setembro de 2015
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Nas últimas semanas, temos assistido ao êxodo dramático para a Europa e, nomeadamente, para a Alemanha de milhares de migrantes e refugiados. Homens, mulheres e crianças que fogem da guerra. sobretudo da Síria, do Paquistão e da Eritreia. O objetivo é a sobrevivência, é conseguir garantir a sua integridade física, isto é, assegurar a vida. Fogem de palcos de guerra onde não existe segurança, educação e futuro. O cenário que todos os dias nos é relatado pelos órgãos de comunicação social é dramático, chocante e chega mesmo a ser obsceno.

A forma desumana como estes migrantes chegam à Europa e o modo como são tratados pelos países de passagem, tendo tido o seu maior impacto com as imagens do menino sírio que morreu afogado, deve inquietar-nos e desassossegar-nos a todos. Na verdade, o mundo está cruel e estes acontecimentos levam-nos a um sentimento de grande desilusão. Afinal, onde se encontram os valores do humanismo cristão e laico que normalmente têm caracterizado a Europa? Podemos abandonar e ignorar estes homens, mulheres e crianças? É que, se é importante que na esfera individual cada um de nós se emocione e amargure com o que tem visto e assistido, não é menos importante que os países da Europa e os seus governantes se convençam de que têm de realizar uma abordagem global e articulada sobre este fenómeno.


É necessário colocar fim a esta contradição recorrente entre as intenções, o que se diz na teoria, e o que se faz na prática. Chega de hipocrisia! A Europa não pode continuar a dar uma imagem péssima, de divisão, e uma resposta lamentável a um drama humano tão complexo e delicado. Em vez de assobiar para o lado, a Europa tem de delinear medidas transversais e comuns a todos os países, as quais permitam gerir e controlar estas vagas de migrantes. É que o Ocidente e a Europa têm mais responsabilidades do que à primeira vista pode parecer na instabilidade e nas guerras que aqueles países vivem.

Face a um drama tão presente, muitos continuam a perguntar se vale a pena continuar a depositar fé na resposta da humanidade. Dúvida legítima, atendendo ao que se tem verificado. Contudo, continuo a pensar que a vida humana é o bem mais precioso de que dispomos, pelo que, enquanto houver homens à face da terra, nos devemos empenhar em aumentar, garantir e assegurar a sua preservação para todos.

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Publicado em Opinião