MERKEL TIME

    Considero que a revista TIME fez uma boa escolha, ao eleger a chancelar alemã, Angela Merkel, para personalidade do ano 2015. Não granjeamos muitos apoios, quando elogiamos a líder alemã. Ainda assim, sendo Merkel, devidamente apoiada por Schauble, o “rosto da austeridade” na Europa, sempre a considerei uma líder forte e carismática que […]

  • 9:32 | Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2015
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Considero que a revista TIME fez uma boa escolha, ao eleger a chancelar alemã, Angela Merkel, para personalidade do ano 2015.


Não granjeamos muitos apoios, quando elogiamos a líder alemã. Ainda assim, sendo Merkel, devidamente apoiada por Schauble, o “rosto da austeridade” na Europa, sempre a considerei uma líder forte e carismática que merece o nosso respeito, mesmo que não concordamos sempre com as suas políticas e estilo de governança. Talvez não seja exagero afirmar que, nos últimos anos, a senhora tem sido a exceção que confirma a regra de lideranças fracas no velho continente, saudoso de personalidades como Margaret Thatcher; Helmut Kohl; Mitterrand; Delors; Aznar… Os grandes e reconhecidos estadistas são uma “espécie” em vias de extinção.

Um senhor, há cerca de dois anos, referiu-se a Merkel, Dilma e Lagarde como as mulheres que representam todo o mal do mundo: “São o diabo em pessoa. Já reparou como são feias? Espalham o mal por todo o lado!”.  Perante esta afirmação, fiquei boquiaberto… Quase ao mesmo nível, esteve recentemente o economista Pedro Arroja ao referir-se “às meninas no Bloco de Esquerda no Parlamento como esganiçadas”.

Será fácil de entender que ambos os senhores, com comentários inaceitáveis, não são merecedores do meu respeito. Maus, muitos maus! Fracos…

Merkel terá sido premiada principalmente pelas medidas que tomou no que concerne à crise dos refugiados. Quando alguns países dificultaram a circulação dos refugiados, erguendo muros e impondo medidas duras de controlo fronteiriço, Merkel assumiu muitas das “despesas” da Europa e permitiu que milhares de migrantes tornassem real o seu sonho de chegar à Alemanha.

No pódio, a senhora alemã ficou mal ladeada. As duas personagens que ficaram em terceiro e segundo lugar são pouco ou nada recomendáveis: o candidato à Casa Branca Donald Trump (contra a imigração e a presença de muçulmanos nos EUA) e o terrorista Abu Bakr al-Baghdadi (líder do Daesh, movimento terrorista também conhecido por ISIS, ou ainda auto-proclamado Estado Islâmico).

A “liderança moral inabalável, num mundo onde escasseia” foi elogiada pela editora da Time, Nancy Gibbs. Subscrevo!

Para os mais céticos, recordo as declarações  de  Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças grego,  à Greek Reporter: “Como europeu, estou extremamente orgulhoso da chanceler Merkel pela sua postura em relação aos refugiados. Este é um exemplo de como são enviesadas as críticas, não só na Grécia, como em França, Itália e Espanha que apontam a Alemanha como fonte de problema da Europa. Acredito que a postura da chanceler Merkel pode ser um bom prenuncio para a Europa.”

As declarações deste homem serão insuspeitas, não elogiará Merkel por “dá cá aquela palha”. Todos estamos recordados da crise grega e das duras negociações que envolveram as duas personalidade…

É o tempo de Merkel, Personalidade do Ano 2015!

 

 

 

 

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Publicado em Opinião