Marcelo? Não obrigado!

    Nos anos oitenta havia um autocolante que se popularizou após o acidente de Three Mile Island que dizia “Nuclear? Não obrigado”. Porque razão iríamos enquanto sociedade apostar numa opção energética que apresentava riscos sérios para o futuro do planeta? Nas eleições presidenciais do próximo dia 24 de Janeiro há um candidato que já […]

  • 15:04 | Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2016
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Nos anos oitenta havia um autocolante que se popularizou após o acidente de Three Mile Island que dizia “Nuclear? Não obrigado”. Porque razão iríamos enquanto sociedade apostar numa opção energética que apresentava riscos sérios para o futuro do planeta?


Nas eleições presidenciais do próximo dia 24 de Janeiro há um candidato que já evidenciou ao longo dos anos comportamentos pouco adequados para o exercício do cargo de Presidente da República Portuguesa e, portanto, que encerra riscos que todos devíamos considerar na altura de votar, para o excluir liminarmente.

Trata-se de uma pessoa afável e culta que leva o comentário político para o simpático campo do entretenimento e que, até por isso, deve continuar a faze-lo numa qualquer televisão generalista e não em Belém. Para brincadeiras, trapalhadas e intrigas em Belém bastaram os dez anos de consulado de Cavaco Silva.

Por falar em Cavaco, Marcelo sempre manifestou apoio e confiança ao pior Presidente da República dos últimos 40 anos e mereceu igualmente a “honra” de ser indicado por Sua Excelência Aníbal de Boliqueime, o “inventor da ida à praia no Algarve”, para Conselheiro de Estado, uma honra que repartiu com Joaquim Dias Loureiro.

Quando penso em Marcelo e Belém vêm-me à memória a patranha da vichyssoise. O Marcelo que na passada Terça-feira disse no debate da RTP que a mentira é intolerável é o mesmo Marcelo que mente descaradamente para criar factos políticos que o favoreçam. Algo que aparentemente faz recorrente desde os tempos em que integrava o Governo de Balsemão e se dedicava a dar informações a Paulo Portas e outros jornalistas.

Marcelo o “malabarista”, o que afirma tudo e o seu contrário, que votou pela extinção do Serviço Nacional de Saúde, o que apoiou emocionadamente Passos Coelho, a Troika e a sua política de austeridade e que vem agora dizer exactamente o contrário. Não lembra ao careca, mas é mesmo assim que Marcelo é. Para comentador televisivo serve mas para Presidente da República é pouco. Muito pouco.

O Marcelo que pede ao bem instalado José Mourinho que grave um vídeo de apoio à sua candidatura, é o mesmo que foge agora de Ricardo Salgado tentando esconder as suas relações com o ex-DDT. Porque não um vídeo do homem forte do BES a declarar o voto no professor Marcelo?

Marcelo? Não obrigado, que pela minha cabeça tento decidir eu e gosto pouco de vitórias pré-estabelecidas pelo quarto poder.

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Publicado em Opinião