FARMÁCIAS EM BAIXA, MEDICAMENTOS EM ALTA

    Parece paradoxal, mas é real, as farmácias estão em crise e a venda de medicamentos aumentou. Já lá vai o tempo em que ser dono de uma farmácia era “quase” tão bom como ter uma mina de ouro. Perdoe-se-me a hipérbole… As farmácias foram, durante décadas, um negócio aliciante e altamente lucrativo. Nos […]

  • 15:19 | Domingo, 26 de Julho de 2015
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Parece paradoxal, mas é real, as farmácias estão em crise e a venda de medicamentos aumentou.


Já lá vai o tempo em que ser dono de uma farmácia era “quase” tão bom como ter uma mina de ouro. Perdoe-se-me a hipérbole… As farmácias foram, durante décadas, um negócio aliciante e altamente lucrativo. Nos últimos anos, deixaram de ser um negócio tão atrativo, cerca de 19% estarão a dar prejuízo, em três anos o volume de negócios caiu 24% e o lucro médio afundou em 82%, no final de 2014 havia cerca de 2000 farmácias com fornecimentos suspensos…

A introdução dos genéricos, as sucessivas descidas dos preços dos medicamentos e nas margens de venda e a abertura, por parte dos hipermercados, de parafarmácias (disponibilizam medicamentos de venda livre) são factores que contribuem para as dificuldades sentidas, especialmente pelas farmácias de pequena dimensão.

Quem não se lembra também da figura do delegado de propaganda médica, sempre em alta, “vendia” felicidade e era, em regra, um “bon vivant”... Como conta um amigo, almoçavam, lanchavam e jantavam, sem sair dos restaurantes da moda sempre bem regados com “bebidas finas”… Todos nos lembramos da história de Alfredo Pequito,, ilustrativa da promiscuidade entre estes profissionais e os médicos…congressos, viagens, hotéis, férias…enfim, um regabofe.

O sector está em mutação. O que mais me preocupa, não são as perdas ou menores ganhos destes negócios que já deram milhões. Paulo Macedo, Ministro da Saúde, fez um bom trabalho!

Preocupa-me, isso sim, o uso desregrado de medicamentos. Há cada vez mais portugueses a automedicarem-se. Apesar da crise que assola algumas farmácias portuguesas, tem vindo a aumentar a venda de medicamentos. Dois motivos poderão justificar esta situação, o aumento das taxas moderadoras e a facilidade de acesso aos produtos de venda livres existentes em qualquer hipermercado.

Todos nós conhecemos alguém que toma medicação sem receita médica. Há sempre quem tenha consigo o comprimido X que ajuda no problema K. Se funciona comigo, também resulta contigo. Sempre tive um olhar crítico em relação à prescrição da amiga, da vizinha, da colega de trabalho….Cada um de nós tem um metabolismo específico, pelo que não me parece boa ideia mimetizar comportamentos que poderão ter consequências imprevisíveis. Pedagogicamente, recomendo uma visita ao site: .

 

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Publicado em Opinião