“É disto que o meu povo gosta”

      O futebol funciona como ópio para muitos portugueses. Sou um dos portugueses que gosta bastante de futebol e especialmente do Benfica. Cresci a gostar do Benfica com o meu pai, um benfiquista de alma-e-coração. De vez em quando, raramente, íamos até Lisboa ver o glorioso, os escudos escasseavam nos bolsos de um […]

  • 14:25 | Segunda-feira, 17 de Agosto de 2015
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O futebol funciona como ópio para muitos portugueses. Sou um dos portugueses que gosta bastante de futebol e especialmente do Benfica. Cresci a gostar do Benfica com o meu pai, um benfiquista de alma-e-coração. De vez em quando, raramente, íamos até Lisboa ver o glorioso, os escudos escasseavam nos bolsos de um humilde padeiro.

Recordo com saudade o dia em que fomos, com alguns amigos, ao antigo Estádio da Luz, na época de 1986/87 assistir à celebração de mais um título de campeão nacional. Jogaram no onze titular: Shéu, Tueba, Rui Águas, Dito, Álvaro, Silvino, Veloso, Nunes, Wando, Diamantino e Edmundo. Tenho bem presente o apito final e a invasão pacífica do relvado. Como recordação, foram arrancados tufos de relva guardados religiosamente nos bolsos até casa. Momento único de alegria vivido com o meu pai de quem herdei a paixão pelo clube da águia. Eterna saudade…

Habituei-me, na infância e adolescência, a acompanhar os jogos pela rádio, eram raros os que eram transmitidos pela televisão, naquele tempo.

Uma voz ficou-me sempre na memória, a voz de Jorge Perestrelo, jornalista e locutor desportivo, que cunhou expressões que se celebrizaram na tribo da bola: “Ripa na Rapaqueca”, “É disto que o meu povo gosta” e “O que é que é isso, ó meu?”.

Hoje, com o devido respeito, apetece-me questionar o Jorge Jesus: “O que é que é isso, ó meu?”. Nunca considerei que JJ tivesse o perfil para representar o Benfica, apesar dos muitos êxitos desportivos e das competências técnicas inquestionáveis. A falta de respeito que tem vindo a demonstrar, por quem o contratou e lhe pagou o ordenado durante seis anos, evidencia lacunas na educação e formação enquanto homem. No futebol o importante é ganhar, sem dúvida, mas não a qualquer preço. O desrespeito que teve para com dois colegas de profissão, Marco Silva e Rui Vitória, não o enobrecem. Se os resultados forem positivos, Jesus poderá formar com Bruno de Carvalho e Octávio Machado um tridente temível, se as coisas se complicarem… ai Jesus!

Futebol é paixão e emoção, alimenta discussões antes, durante e após os  jogos. O número de horas televisivas dedicadas ao debate da bola significa que “É disto que o meu povo gosta”.  

Com lentes “encarnadas”, consciente da possível incapacidade de ser totalmente isento, irei, se o senhor editor aprovar a ideia, analisar, com a regularidade possível, o mundo do futebol nacional e internacional.

O próximo texto centrar-se-á na eleição de Pedro Proença para Presidente da Liga de Clubes, um caso singular no panorama mundial do futebol.

Nota importante: o futebol joga-se dentro e fora das quatro linhas que delimitam o rectângulo do jogo.

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Publicado em Opinião