Comemorações do dia 10 de junho: Elvira Fortunato inspiradora | Cavaco, o “agente” do governo em Belém

    Elvira Fortunato, cientista, presidente da comissão organizadora, este ano, das comemorações do dia 10 de junho, deixou palavras inspiradoras aos portugueses a partir de Lamego. Colocou a tónica no conhecimento, na ciência, na juventude, como molas impulsionadoras do desenvolvimento do país. Disse mesmo que “não podemos desperdiçar esta mais-valia [jovens especializados e competentes] […]

  • 12:29 | Segunda-feira, 15 de Junho de 2015
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Elvira Fortunato, cientista, presidente da comissão organizadora, este ano, das comemorações do dia 10 de junho, deixou palavras inspiradoras aos portugueses a partir de Lamego. Colocou a tónica no conhecimento, na ciência, na juventude, como molas impulsionadoras do desenvolvimento do país. Disse mesmo que “não podemos desperdiçar esta mais-valia [jovens especializados e competentes] e há que tirar retorno do grande investimento que foi feito, caso contrário outros farão isso por nós. Não podemos deixar que jovens altamente especializados abandonem Portugal”. E acrescentou, que se estes jovens saírem de Portugal que o seja “por opção, mas não por obrigação”.


Uma mensagem de longo alcance e que por si só encerra uma profunda e transversal estratégia de desenvolvimento para o nosso país.

É que não basta falar, hipocritamente, por exemplo, de natalidade e depois não cativar os jovens, não estimular os jovens, e nada fazer para que todo o seu manancial empreendedor não seja colocado ao serviço da construção de um Portugal de futuro.

Elvira Fortunato, por outro lado, não deixou ainda de ressaltar que o investimento em ciência tem um ponto focal, tem uma marca, que se chama Mariano Gago, ele que foi ministro da ciência de vários governos socialistas e que recentemente nos deixou. A presidente das comemorações vincou bem que ele “teve a visão e a ousadia de fazer uma aposta na área da ciência, como mola motora do desenvolvimento e criadora de riqueza substantiva”. Aliás não foi por acaso que, entretanto, a Rede Europeia de Centros e Museus de Ciência criou o prémio Mariano Gago.

É assim, com esta visão linear, com esta visão política alternativa, que as pessoas se distanciam dos mitos urbanos do governo e das minudências discursivas do orador que se lhe seguiu na sessão solene das comemorações, Aníbal Cavaco Silva.

Este quis voltar a ser aquilo que sempre foi, um defensor intransigente das políticas deste governo. Mais uma vez, Cavaco Silva, de megafone em riste, vai de elogiar as políticas que estão a asfixiar os portugueses. As políticas da emigração dos jovens, da regressão da economia, do aumento da dívida pública, do retrocesso na educação e ciência, do aumento da pobreza e da precariedade e da desqualificação do serviço nacional de saúde e até, recentemente, elogiou a privatização da TAP. Ao que chegámos!

Valha-nos pelo menos o facto de Cavaco Silva ser o inquilino de Belém mas em fim de ciclo, um inquilino que não deixa nenhumas saudades à grande maioria dos portugueses a avaliar pelos estudos de opinião mais recentes. É um presidente que há muito se ausentou de interpretar os portugueses para se transformar em “agente” do governo em Belém.

 

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Publicado em Opinião