Coisas que é necessário GRITAR

No dia 24 de Abril de 2011 foi publicado um texto meu no diário As Beiras com o título “Coisas que é necessário dizer”. Deixo um PDF abaixo com cópia das páginas do livro “... em Breve” que o reproduzem.

  • 22:22 | Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2013
  • Ler em 4 minutos

No dia 24 de Abril de 2011 foi publicado um texto meu no diário As Beiras com o título “Coisas que é necessário dizer”. Deixo um PDF abaixo com cópia das páginas do livro “… em Breve” que o reproduzem.
Olho para trás, quase 3 anos depois, e sinto que era exatamente aquilo que era necessário dizer, e eram aqueles os desafios. Mas cerca de 52 mil milhões de euros de dívida depois (meu deus, como é possível), não sentem que tudo continua, EXATAMENTE na mesma?
Vejamos com números desde final de 1999.
1999-2002
Primeiro Ministro: António Guterres
Presidente da República: Jorge Sampaio
António Guterres toma posse como 1º Ministro do 14º Governo Constitucional no dia 25 de Outubro de 1999. Saiu a 6 de Abril de 2002.
Nº de dias no Governo: 890
Dívida Pública em Dezembro de 1999: 62 956 055 525, 70 €
Dívida Pública em Abril de 2002: 73 580 072 114,39 €
Endividamento = 10 624 016 589,69 €
Endividamento médio por dia: 11 937 097,29 €
PIB (1999): 118,661421 mil milhões de euros
PIB (2002): 140,566802 mil milhões de euros
2002-2004
Primeiro Ministro: Durão Barroso
Presidente da República: Jorge Sampaio
Durão Barroso toma posse como 1º Ministro do 15º Governo Constitucional no dia 6 de Abril de 2002, e sai do Governo por ter pedido a demissão a 17 de Julho de 2004.
Nº de dias no Governo: 833
Dívida Pública em Abril de 2002: 73 580 072 114,39 €
Dívida Pública em Julho de 2004: 88 885 652 931,05 €
Endividamento = 15 305 580 816,66 €
Endividamento médio por dia: 18 374 046,59 €
PIB (2002): 140,566802 mil milhões de euros
PIB (2004): 149,312518 mil milhões de euros
2004-2005
Primeiro Ministro: Santana Lopes
Presidente da República: Jorge Sampaio
Santana Lopes toma posse como 1º Ministro do 16º Governo Constitucional no dia 17 de Julho de 2004, e sai do Governo por dissolução da Assembleia da República a 12 de Março de 2005.
Nº de dias no Governo: 238
Dívida Pública em Julho de 2004: 88 885 652 931,05 €
Dívida Pública em Março de 2005: 92 761 221 516, 61 €
Endividamento = 3 875 568 585,56 €
Endividamento médio por dia: 16 283 901,62 €
PIB (2004): 149,312518 mil milhões de euros
PIB (2005): 154,268681 mil milhões de euros
2005-2011
Primeiro Ministro: José Sócrates
Presidente da República: Jorge Sampaio (até Outubro de 2005) e Cavaco Silva
José Sócrates toma posse como 1º Ministro do 17º Governo Constitucional no dia 12 de Março de 2005, é reeleito em 2009 e forma o 18º Governo Constitucional, demitindo-se de 1º Ministro em 2011, com dissolução da Assembleia da República, e tomada de posse do novo Governo de Pedro Passos Coelho a 5 de Junho de 2011.
Nº de dias no Governo: 2 275
Dívida Pública em Março de 2005: 92 761 221 516, 61 €
Dívida Pública em Junho de 2011: 172 393 241 183,44 €
Endividamento = 79 632 019 666,83 €
Endividamento médio por dia: 35 003 085,57 €
PIB (2005): 154,268681 mil milhões de euros
PIB (2009): 168,529200 mil milhões de euros
PIB (2010): 172,859500 mil milhões de euros
PIB (2011): 171,064800 mil milhões de euros
2011- …
Primeiro Ministro: Pedro Passos Coelho
Presidente da República: Cavaco Silva
Pedro Passos Coelho toma posse como 1º Ministro do 19º Governo Constitucional no dia 5 de Julho de 2011 e é o 1º Ministro em funções atualmente.
Nº de dias no Governo (até 31 de Novembro de 2013): 878
Dívida Pública em Junho de 2011: 172 393 241 183,44 €
Dívida Pública em Novembro de 2012: 197 156 660 187,76 €
Dívida Pública em Novembro de 2013: 209.802.643.627,92 €
Endividamento = 37 409 402 444,48 €
Endividamento médio por dia: 42 607 519,87 €
Endividamento (Nov.2012 a Nov. 2013): 12 645 983 440,16 €
Endividamento médio por dia: 34 646 529,9730 €
PIB (2011): 171,064800 mil milhões de euros
PIB (2012): 165,409200 mil milhões de euros
Nota: Portugal está sob Assistência Económica e Financeira Internacional da Troika composta pelo FMI + UE + BCE, sendo a sua dívida direta agravada no valor de 35 861 892 776, 37 € em 2011 e no valor de 63 013 479 400, 46 € em 2012. Pedro Passos Coelho tomou posse já o memorando de entendimento com a TROIKA tinha sido assinado.
Durante estes anos Portugal recebeu 20.7 mil milhões de euros no 3º Quadro Comunitário de Apoio (2000-2006) e 21,5 mil milhões de euros no QREN (2007-2013), num total de 42,2 mil milhões de euros. Nesse período a dívida direta passou de 62,9 mil milhões de euros (final de 2009), para 209,8 mil milhões de euros (final de Novembro de 2013), o que equivale a um endividamento de 146,9 mil milhões de euros em 14 anos (em média, 10,5 mil milhões de euros por ano). Ou seja, por cada euro recebido de fundos comunitários, Portugal gerou cerca de 3,5 euros de dívida.
Já aqui escrevi sobre a necessidade de PENSAR muito bem os novos fundos comunitários (2, 3), e a forma como serão financiados os novos projetos. Mas acima de tudo, é preciso ter noção do LOUCO E IRRESPONSÁVEL ritmo de endividamento, bem como da qualidade dos governantes que tivemos e que conduziram o país a à dívida astronómica de 209 biliões, 802 milhões, 643 mil, 627 euros e 92 cêntimos.
Não podemos ficar indiferentes a esta loucura, nem contemporizar na necessidade de apurar responsabilidades. Deixar andar e não querer saber só terá uma consequência que é o fim desta nação quase milenar.
J. Norberto Pires

(1) “Coisas que é importante dizer”, J. Norberto Pires, “Olhares da UC”, 24 de Março de 2011.

 Link:


(2) “Fundos Comunitários”, J. Norberto Pires, Rua Direita, 28 de Novembro de 2013
Link:
(3) “O improviso como método”, J. Norberto Pires, Rua Direita, 13 de Dezembro de 2013
Link:  

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Opinião