Borba – Um aluimento anunciado?

  Talvez o fosse. Talvez também fosse evitável. Talvez a negligência humana tenha algumas “culpas no cartório”. Talvez estas pontes devessem ser assiduamente monitorizadas e dotadas de sensores profilácticos e previsores de alterações estruturais de risco.   Talvez… este advérbio tem de certo indicar uma dúvida, uma incerteza, uma possibilidade. Uma dúvida sobre o estado […]

  • 10:54 | Terça-feira, 20 de Novembro de 2018
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Talvez o fosse. Talvez também fosse evitável. Talvez a negligência humana tenha algumas “culpas no cartório”. Talvez estas pontes devessem ser assiduamente monitorizadas e dotadas de sensores profilácticos e previsores de alterações estruturais de risco.

 


Talvez… este advérbio tem de certo indicar uma dúvida, uma incerteza, uma possibilidade. Uma dúvida sobre o estado da via aluída em Borba. Uma incerteza sobre o tempo que ainda teria antes de aluir. Uma possibilidade, infelizmente concretizada de acontecer.

De certo, as vítimas mortais, num ápice apanhadas numa ratoeira intransponível.

De certo, as palavras dos “entendidos na matéria”, daqui e dali retiradas e aqui registadas para ponderarmos o seu “vazio semântico”:

1.

Poderão ter de esperar dias — “provavelmente semanas”, segundo o comandante José Ribeiro — para poderem velar o corpo dos familiares.

2.

Estão “mobilizados todos os meios necessários para resgatar as vítimas com toda a segurança”, garante o secretário de Estado da Protecção Civil.

3.

Para esta terça-feira, para as “primeiras horas, assim que as condições o permitirem”, será realizada uma “avaliação criteriosa daquilo que são as operações e as manobras que podem ser executadas”.

4.

O secretário de Estado: “este não deve ser o momento para estar a avaliar”. “Estamos numa operação de proteção e socorro” (..) “As causas naturalmente serão investigadas, averiguadas”.

5.

O presidente da Câmara Municipal de Borba, António Anselmo, disse estar de “consciência tranquila” em relação àquilo que nega ser uma “tragédia anunciada”. “Quando morre alguém dói muito, quando morre alguém da minha terra ainda me dói muito mais.”

 

(Foto DR )

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