Autismo, Demência ou simplesmente Desprezo?

  Soubemos hoje, por um artigo do Le Monde, que o Presidente dessa coisa que os tratados não prevêem e a que se chama Eurogrupo, o holandês comprador à pressão de títulos académicos – Jeroen Dijsselbloem – e os alemães (seja lá o que isso for), exigem que Portugal e Espanha sejam sujeitos a sanções […]

  • 21:30 | Segunda-feira, 27 de Junho de 2016
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Soubemos hoje, por um artigo do Le Monde, que o Presidente dessa coisa que os tratados não prevêem e a que se chama Eurogrupo, o holandês comprador à pressão de títulos académicos – Jeroen Dijsselbloem – e os alemães (seja lá o que isso for), exigem que Portugal e Espanha sejam sujeitos a sanções por parte da Comissão Europeia, sanções a aplicar pelo incumprimento da regra dos 3% de défice estrutural em 2015. No caso português o défice ficou nos 4,4% e não nos 2,8% como afiançava a PaF antes das eleições (a mesma que nos prometeu devolver 40% da sobretaxa do IRS que depois das eleições se esfumaram), quando propalava a “saída limpa”.

Segundo o Le Monde as penalizações poderão ir pela aplicação de uma multa de até 0,2% do PIB e ficar impedido de aceder a fundos estruturais europeus.


Ao que parece Junker tenta por alguma água na fervura e não está propriamente com vontade de as aplicar. Veremos quem efectivamente manda na UE.

Mas este desejo aparentemente defendido pelo holandês e pelos alemães vem reforçar a impressão de que é a demência, a hipocrisia e o desprezo (e não a solidariedade) a comandar a União Europeia. Em plena euforia do Brexit, há uns tipos que nem deixam assentar a poeira e estão mesmo apostados em destruir aquilo a que se convencionou chamar de União Europeia e que há muito deixou de defender aquilo para que foi criada.

A pouca esperança que tenho de que a UE mude de rumo face ao resultado inglês vai desvanecendo rapidamente.

Esperaram apenas pela definição dos resultados eleitorais em Espanha – não fosse este desejo influenciar os resultados em direcções que não fossem do seu agrado – provando também desta forma que Portugal para eles pouco ou nada conta, para aplicar o seu ímpeto “justiceiro” aos “incumpridores” que cumpriram os ditames da troika que impuseram e que não têm a sorte(?) de “ser a França”.

Quem é que criticou Catarina Martins e o Bloco, por lançar avisos sobre a necessidade de consultar os povos sobre a vontade de permanecer nesta farsa? Eu que não sou de intrigas era capaz de apostar que a “ameaça” até foi concertada com Costa.

Os mordomos da finança que mandam em Bruxelas não estão sãos. Se não for esse o caso talvez se consiga resolver isto com um simples oferta de um dicionário com a palavra União bem sublinhada.

Portugal que envie uma equipa do Júlio de Matos a Bruxelas ou então que recomende à Comissão Europeia que se demita em bloco pela acção lesiva que tem infringido. Ou só os governos nacionais deve ter este tipo de atitudes? Achará esta gente (e a que a antecedeu) que são imunes ao escrutínio das populações e dos princípios que supostamente deviam defender?

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Publicado em Opinião