Viseu de Hilário ou de Viriato?

Cada vez mais se consubstancia a ideia de que a autarquia viseense capitaneada por AH, eventual megalómano (com a mania das grandezas) desprovido de ideias e de bom-senso, funciona como se fosse uma velha boémia decadente e improdutiva, herdeira de bens do pai (Ruas/Impostos) e à espera dos bens das tias (Fundos Europeus) para continuar […]

  • 15:36 | Sexta-feira, 12 de Junho de 2015
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Cada vez mais se consubstancia a ideia de que a autarquia viseense capitaneada por AH, eventual megalómano (com a mania das grandezas) desprovido de ideias e de bom-senso, funciona como se fosse uma velha boémia decadente e improdutiva, herdeira de bens do pai (Ruas/Impostos) e à espera dos bens das tias (Fundos Europeus) para continuar sua boa-vida de dissipação, luxo, noitadas, festins, discursatas, libações, copos e ressacas.
Para este autarca deslumbrado pelo conceito da folia e atordoada atoarda mediática, os munícipes parecem servir para pagar impostos de cara alegre e em troca, como aos tolos, receberem festas, papas e bolos.
Não importa que o lixo se acumule por aí nos locais mais periféricos se o Rossio brilhar de asseio. Não importa que o material de usufruto dos utentes/munícipes em parques públicos esteja escavacado, não funcionem infra estruturas de apoio, se a legião de jardineiros continuar a adubar as rotundas. Encerrem casas comerciais a esmo. Não haja atracção de investimento. Se ignore a criação de emprego. Se menospreze a Educação. Não se vislumbre uma política social de apoio aos carenciados, tudo se resumindo a chavões como “Viseu Amiga”.
De quem? Dos correligionários a quem se vão outorgando as doiradinhas sinecuras… ?
É a mera e enfática enfatuada política do parecer, de costas viradas ao ser.
Este primário paradigma da superficialidade envernizada parece ser a característica mais evidente deste executivo que não sabe, não quer, não tem a mais elementar capacidade de concretizar algo que não seja para dar nas vistas, para fazer grandes palestras em sacristias ou à sombra de altares e de grão Vasco, gozar com coisas sérias numa jocosidade sem precedentes, oco de coerência e produtivo na indiligência, como e, por banal exemplo, a Feira de S. Mateus e sua apresentação 2015, onde o escárnio foi levado à culminância de colocarem em evidência um “pushing ball” com luvas de boxe e o texto:
“Descarregue aqui as suas frustrações com a Feira de S. Mateus! – Já está? E agora, podemos começar de novo?”
Este fino naco de erudita prosa à estivador, com todo o aparato, em custos, dava e recebia troco do que está há meses avariado na Radial de Santiago, privando os utentes/crianças da sua utilização…
Aparentemente deficiente conhecedor da realidade social e económica da maioria dos seus munícipes, restringe-se, limita-se, centra-se em faixas/franjas específicas do “clientelismo do forró”. Mais grave sendo se afinal e na verdade a conhece e insiste em fintá-la, em ignorá-la nos seus anseios, desejos e necessidades.
Aos poucos e com o avançar da procissão percebe-se que “o rei vai nu” e que a pseudo auto-majestade será um banal pindérico gigantone, de desmesurada estatura, frágil cartão pintado a cores vistosas, de megafone na mão, num charivari trôpego e egocêntrico que já nem os pardais espanta.
Felizmente e para bem dos viseenses que pensam para além do foxtrot e das modinhas importadas, dois anos passam depressa e o resultado final será sempre profícuo pois permitirá, pela vivência do mau, agudizar a percepção do satisfatório… presentificar no concreto um ciclo de medíocres “vivências” para agitar as abulias espapaçadas e espicaçar o sentido crítico, não dos eleitores, mas sim dos munícipes.
E porque não dos eleitores? Porque Viseu não tem qualquer alternativa válida e fiável como oposição. E se houver dúvidas, basta apreciar as “deserções” de José Junqueiro e Hélder Amaral das responsabilidades que lhes competiam como líderes do PS e do CDS/PP, respectivamente, para ficarmos sobre este ponto elucidados.
Ainda assim e de forma fatalista, se a câmara-a-vir tiver que ser do PSD, que o seja com gente diligente, coesa, coerente, virada para o trabalho por um Viseu melhor e não para um “Viver Viseu” na óptica da eufórica farra noctívaga, que se enfarpela e perfuma para a noite e durante o dia ressaca e ressona ensonada.
É esta Viseu com que se identificam os quase 100.000 habitantes do concelho, desta capital de distrito classificada em 17º lugar entre 18?
 
(foto cortesia de RS)
Nota: Este editorial antecipa e substitui o de sábado, dia 13 de Junho.

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