Turismo ou a "arte de dar voltas"

Será esta a etimologia do termo oriundo do inglês “tourisme”…   Os últimos dias têm sido pródigos em notícias sobre a mega-operação judiciária denominada “Éter”, por sua vez oriunda do latim “aether”, ar subtil e do grego “aithêr”, queimar. Ironias à parte, gabe-se o belíssimo lirismo dos atribuidores de nomes a estas bem-vindas investigações. O […]

  • 11:40 | Sexta-feira, 19 de Outubro de 2018
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Será esta a etimologia do termo oriundo do inglês “tourisme”…

 
Os últimos dias têm sido pródigos em notícias sobre a mega-operação judiciária denominada “Éter”, por sua vez oriunda do latim “aether”, ar subtil e do grego “aithêr”, queimar.
Ironias à parte, gabe-se o belíssimo lirismo dos atribuidores de nomes a estas bem-vindas investigações.
O omnisciente Pe. António Vieira escreveu com muito acerto:
“Tire-se o impedimento à luz e logo se verá e achará o que se procura e busca.”
Terá sido o que aconteceu e estará para acontecer.
Não nos congratulamos com a desgraça alheia. Todavia, não podemos esquecer que aqueles que por cupidez, ganância, ligeireza de princípios, ausência de escrúpulos, transgressão e/ou outros prevaricam, ultrapassando todos os princípios legais em vigor… correm um calculado risco. Uns saem impunes, outros pagam pela prevaricação. A ver vamos…
Na nossa lusíada sociedade, a inquinar o ar que se respira, há um “éter” de impunidade / imunidade criado pelos “bons encostos”, agora posto em causa com o destapar da careca de alguns “donos-disto-tudo”, da finança, do desporto e da política. O que, convenhamos, já não era sem tempo, para dar moral ao cidadão cumpridor, zeloso e orgulhoso por viver num estado de direito democrático.
Estranho neste contexto é a recorrência com que se citam as buscas da PJ também feitas à Câmara Municipal de Viseu. Mas mais estranho ainda é o sepulcral silêncio expelido pela autarquia e pelo seu presidente, ademais sabendo que é um homem da comunicação, que afirma e reitera “quem não comunica não existe”, é cronista do CM, tem assessores de imprensa tornados vereadores e jornalistas virados assessores de imprensa. Logo, um homem que muito aposta na promoção mediática.
Ora, aqui teria uma boa oportunidade de a exercer e de conceder aos viseenses (e não só) o direito a saber qual “o fogo que gera tal fumo”, simultaneamente exercendo o magno dever da total transparência para com os seus munícipes, que lhe consignaram a confiança do voto e o puseram à cabeça do município por duas consecutivas vezes.
Como hoje estamos virados para o lirismo, saímos do texto com um excerto de Frey JoanneS GarabatuS em “As Quybyrycas” (ed. Afrontamento, 1991):

“Oh! Que imbecil maneira de estar quêdo no agitar da cauda obediente


que impedindo o pensar impele o medo

como um sangue nutrido em visgo quente a encher-nos as rendas…

já me fedo por achar nestas mãos tanta semente

sem mais terra de arar com o arado dum bruto verso, qu’este ruim bocado (…)”

 
Com a devida vénia, a foto de capa e do JN de hoje.
Deixamos ainda dois artigos da jornalista Ana Henriques, do Público e de Julho de 2015 de.
 
 
 

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