Trivialidades

    O trivium era o cruzamento das três vias mas também era o comum, o vulgar. Vou escrever sobre essa matéria…   Para meu desengano/desencanto, o vidro de safira dos relógios, não o é naquela pedra preciosa, mas sim em óxido de alumínio (coríndon), industrialmente fabricado. Na escala de Mohs que determina a dureza […]

  • 18:19 | Sábado, 04 de Abril de 2015
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O trivium era o cruzamento das três vias mas também era o comum, o vulgar. Vou escrever sobre essa matéria…
 
Para meu desengano/desencanto, o vidro de safira dos relógios, não o é naquela pedra preciosa, mas sim em óxido de alumínio (coríndon), industrialmente fabricado. Na escala de Mohs que determina a dureza dos materiais, classifica-se em 9º lugar, só sendo superado pelo diamante que atinge os 10. Mais um mito deitado abaixo…
 
O Salão Automóvel de Genebra, espécie de Coliseu do mundo das 4 rodas excedeu-se em novidades, com veículos insensatamente velozes, a atingirem os 350 km/h, os 1.500 cv, como é o caso do Koenigsegg Agera RS (não é fácil de dizer…) e com preços tão escandalosos que nem se atrevem a revelá-los. O que não impede, por exemplo, que o baratinho novo Porsche 911 GTR RS (ufa!) que vai custar em França aproximadamente 200 mil euros, tenha de imediato esgotado no Salão os 100 exemplares destinados àquele mercado.
Três notas: nunca foram tão grandes as limitações de velocidade nem tão pesadas as multas pela sua infracção. Temos dúvidas se algum dos compradores do tal Koeni-qualquer-coisa algum dia supere os, vá lá, 250 km/h. É o mito do homem-deus-todo-poderoso, com asas como Ítaco ou cavalo alado como Pégaso… o homem rico tem que expressar a sua potência e a desmesura do seu poder. Esta Europa, pelos vistos, não é um inferno de indigentes, sendo, infelizmente, inversamente proporcional o número dos mais ricos e o dos mais pobres.
 
Uma senhora-Teresa-Godinho da allianz-seguros, percebendo que o automóvel é um úbero ancho (PPC já o percebeu há muito…) afirma ser expectável uma subida dos seguros no sector.
Paga Zé, mais um saque, que é preciso arredondar os salários das administrações e aforrar as carteiras dos accionistas.
 
Entretanto, tendo finalmente percebido o ponto de vista de António Costa sobre as “taxinhas” aos turistas chegados a Lisboa via aérea, Almeida Henriques espera receber para aí 100 euros/ano com os desembarcados no aeródromo Gonçalves Lobato, na Lordosa, e que devem vir todos de Vila Real… para poupar na A24.
 
Segundo uma revista da especialidade, este ano de 2015, já tivemos 10 semanas com os combustíveis a subir e 4 a descer. Normal, não é? Pobres companhias petrolíferas…
Também refere que nesta quadra festiva os portugueses se deslocarão em bichas para mini-férias. Só que, a GNR espera que o trânsito se avolume nas estradas secundárias, havendo mais acidentes. Certo. Se há para gastar em férias, hotéis e restaurantes não há-de sobejar muito para portagens.
 
Ah… e para acabar, o relógio que uso não tem vidro em coríndon (chiça, consegui!), mas já ultrapassou os 80 aninhos e nunca me deixou ficar mal. Moral da história, essa sofisticação toda tem a ver o quê com a qualidade e durabilidade dos produtos?
Dois conceitos tão mal-queridos dos tempos consumistas que sopram…
 

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Publicado em Editorial