Tal bailinho da Madeira…

Uma semana depois de reunir apressadamente com Passos Coelho, Cavaco vai reunir com Costa, hoje às 16H00, que antes disso reuniu com Catarina às 11H00 (reunião “muito interessante Costa dixit) e com o PAN às 14H30. Logo a seguir a essa reunião da semana passada, apressadamente, Coelho reúne com Portas para assinarem um acordo de governo […]

  • 13:08 | Segunda-feira, 12 de Outubro de 2015
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Uma semana depois de reunir apressadamente com Passos Coelho, Cavaco vai reunir com Costa, hoje às 16H00, que antes disso reuniu com Catarina às 11H00 (reunião “muito interessante Costa dixit) e com o PAN às 14H30.
Logo a seguir a essa reunião da semana passada, apressadamente, Coelho reúne com Portas para assinarem um acordo de governo PàF.
Entretanto, apressadamente, Costa reuniu com Jerónimo que se disse pronto a viabilizar um governo de esquerda. Reuniu com Apolónia que achou “útil” o encontro.
Reuniu com o PàF — que se habituou à mama de andar à boleia em programas e quejandos e que, pelos vistos, persistindo na peregrina e bem-sucedida ideia — nada tinha a dizer sobre a matéria da reunião esperando de Costa a iniciativa ou o pedido de lhes viabilizar o acordo Coelho/Portas. Estranho “bailinho” este…
Entretanto, calmamente, Cavaco quer – finalmente –  reunir com Costa e, pausadamente o PàF quer re-reunir com Costa. (Costa virou moda!).
A meu ver já são reuniões a mais… Dentro do PS também há reuniões apressadas e tumultuosas. Há quem tema muito os comunistas – que comem as criancinhas com corn flakes, ao pequeno almoço – e faça a apologia da grande e santa aliança com a direita. Será essa a matriz ideológica do PS? O que estão a fazer no PS esses militantes de direita? Enganaram-se no número da porta? E Seguro, com a sua cota de interna de 30% de dissidentes, a mandar os moços de recados, apressadamente, sublevar as hostes, quer o quê?
 
Uma salsada que traz a direita muita desassossegada e os direitistas de esquerda (?) muito agastados.
Se as grandes linhas fracturantes existentes no seio do PCP e BE, concernentemente à Europa, NATO et all forem superadas e sobre elas for encontrado um justo consenso nihil obstat à formação de uma coligação coesa (coerente ou não se verá), persistente e determinada em pôr um fim à desastrosa política do PàF praticada nestes últimos quatro anos.
 
O resto… bom o resto são as jogadas politiqueiras, oportunas e discutíveis de uma coligação que ganhou as eleições mas é minoritária, tendo como esteio adjuvante o presidente da República, mas faltando-lhe os 52,26% que os portugueses deram ao PS, ao PCP, ao BE, ao PAN…
Relembremos: o PàF + PSD (que não concorreu coligado), obteve 36,83%+1,51% = 38,34% que dão 99+5 deputados = 104.
O PS teve 32,38%. O BE 10,22%, o PCP/V 8,27, o PAN 1,39% = 52,26%, o que se traduz em 122 assentos parlamentares.
 
Se Costa encostar à direita perde toda a credibilidade que ainda tem e não pode desperdiçar. Se encostar à esquerda – de onde afinal o PS nunca deveria ter saído – tem muitas hipóteses (se bem que bastante arriscadas) de se tornar uma referência inovadora e sem vida política breve à sua frente.

 
 
 

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