Somos todos parvos ou o Hospital de Viseu não quis o Centro de Referência?

  Atempada e recentemente os CTT difundiram pelas autarquias uma circular assinada por Mota Faria onde é destacado o Centro Hospitalar Tondela Viseu; onde é referido que “serve aproximadamente meio milhão de pessoas”; onde acresce que já “dispõe de serviço de Oncologia”, mas faltando-lhe a Unidade de Radioterapia e de Medicina Nuclear, o que leva […]

  • 10:48 | Sexta-feira, 22 de Abril de 2016
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Atempada e recentemente os CTT difundiram pelas autarquias uma circular assinada por Mota Faria onde é destacado o Centro Hospitalar Tondela Viseu; onde é referido que “serve aproximadamente meio milhão de pessoas”; onde acresce que já “dispõe de serviço de Oncologia”, mas faltando-lhe a Unidade de Radioterapia e de Medicina Nuclear, o que leva “anualmente centenas de doentes para outras unidades”, nomeadamente Coimbra.
Mais escreve, Mota Faria, na sua qualidade de presidente da Assembleia Municipal de Viseu que “a Entidade Reguladora da Saúde reconhece esta lacuna” e que o CHTV “é o melhor local para a realização deste investimento”.
Conclui com este apelativo parágrafo:
Assim, a Assembleia Municipal de Viseu, por unanimidade, tem vindo a solicitar que seja tomada a decisão da criação do Centro Oncológico com as Unidades de Radioterapia e de Medicina Nuclear no CHTV. Apelamos também que, a Assembleia Municipal que V. Exa. Superiormente dirige, se associe a esta reivindicação em defesa dos doentes e da diferenciação técnico-científica do Centro Hospitalar.”
Da nossa parte, e já aqui o escrevemos, assinaríamos por baixo. Mas… será que Mota Faria se esqueceu de que o governo PàF, de Coelho e Portas, dos seus companheiros e correligionários, esteve no poder, a governar Portugal, até finais de 2015?
Ouvimos então a voz de Mota Faria com este afã?
Talvez, afinal, tenhamos sido só nós os surdos…
E a do seu “colega” Almeida Henriques que, tempos houve, quase parecia um porta-voz dos benefícios da Saúde privada?
E já agora, Mota Faria e Almeida Henriques já convocaram Ermida Rebelo e a restante administração “laranja” em funções para explicar porque perderam a candidatura ao Centro de Referência?
Ou basta “chutar para canto” invocando uma fantasiosa culpa da “secção de expedição” por não ter enviado a tempo a candidatura ao ministério da Saúde?
Mas… então, “a execional e incontestável qualidade do CHTV”, segundo o juízo valorativo de Mota Faria, funciona com lapsos desta enormidade e grosseiros erros deste teor?
A perda desta oportunidade quanto vai custar ao Hospital?
E aos utentes?
E à região?
Quantos e quais prejuízos trará?
Quem foi o responsável da administração que deixou atrasar e arrastar o expediente até depois da “dead line”?
Ermida Rebelo é um homem competente. Não se põe em causa. Por isso mesmo se estranha que tenha de levar com este ónus em cima. Um ónus de laxismo e de incompetência na gestão da “coisa pública”, quando certamente ele já terá apurado quem foi o responsável por tal e tão boçal “distração”…
E já agora outra questão – porque perguntar não ofende, diz o povo – quem são os membros da actual administração do CHTV que vão transitar para o novo Grupo de Saúde privado a abrir brevemente em Viseu?
Todos nós ficamos a aguardar as diligências do preocupado Mota Faria, tardias, mas… voltando ao aforismo popular, e como “vale mais tarde que nunca”, muito louváveis.
E se alguém mais tortuoso de mente pensar que há aqui “politiquice baixa” ou “hipocrisia política”, decerto estará enganado, porque ao que parece, os responsáveis apenas andam eventualmente pela “hora velha”, anacrónicos, desfasados no tempo e a fazer dos outros parvos, o que é pouco abonatório da sua (deles) inteligência…

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Publicado em Editorial