Sexta feira 13

      Não sou supersticioso e nem por hábito tenho conceder ao Fatum livre arbítrio sobre azares e fortunas de minha vida. De uns e de outros já tive vários e ainda cá estou para contar…   Ouvi alardear que o Passos Coelho quer eleições. Acho muito bem.  Devemos ir à urna as vezes […]

  • 0:34 | Sábado, 14 de Novembro de 2015
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Não sou supersticioso e nem por hábito tenho conceder ao Fatum livre arbítrio sobre azares e fortunas de minha vida. De uns e de outros já tive vários e ainda cá estou para contar…
 
Ouvi alardear que o Passos Coelho quer eleições. Acho muito bem.  Devemos ir à urna as vezes necessárias para a “geringonça” ficar afinada. Aliás, não fora pelos custos que a “coisa” tem, elas deveriam ser trimestrais. Por vários motivos. Destaco dois ou três…
Enquanto os políticos andassem a correr país fora não governariam. O que beneficiaria imenso os portugueses e Portugal.
Enquanto andassem a prometer o ar e o mar não prometiam a terra e deixavam-nos sossegados.
Enquanto andassem em campanha, para justificar as idas a Vinhais-do-Meio, sempre se havia de arranjar qualquer obrazinha para inaugurar.
Mesmo para as autarquias era uma forma de preencher a agenda. Por exemplo, em Viseu, o Almeida Henriques, não tinha que inventar o Festival do Vinho de Outono, do Inverno, da Primavera, do Verão, e da Meia-Estação, A Música da Pinga, A Caneta do Briol, O Teatro do Canadão, o Festival do Alvaroque…
Ademais, à 2º feira recebia o secretário de Estado do Rosé, à 3ª o do Verde, à 4ª o do Maduro, à 5ª o do Morangueiro, à 6ª o do Carrascão e… ao sábado, Dia da Criação, passava a tarde repousando sob o tolde do Mercado 2 de Maio, semideitado numa liteira, senatorial, a acenar aos munícipes com folhas de videira.
Também sempre se iam afinando as formas de dobrar o voto, o modo de o encaixar na ranhura, o fácies da saudação ao presidente da Mesa… e até, o desenho da cruz.
Sim da Cruz e do Calvário, que estes peregrinos do tacho vão inventando, alapados que estão ao aconchego do poder, ao calor afável dos amigos, à satisfação do cumprimento das encomendas.
Aliás… não andámos 40 anos sem votar? Daí a nossa perrice, retracção, ferrugem, caruncho.
Isto é como no fitness, à medida que vamos praticando ficamos mais ágeis, ginasticados e competentes.
Por isso, meu caro Coelho, vamos fazer uma petição no facebook, ou duas ou três… as que forem precisas.
Se precisarmos de massa, há-de existir um Orçamento Participativo onde possamos incluir as despesas ou, em última instância até fazemos um crowdfounding (não sei se é assim que se escreve, mas o amigo relevará a minha ignorância na matéria). Até podíamos todos ler com carácter obrigatório aquele livro do Saramago acerca do voto em branco (ou seria da cegueira?).
Vamos a isso, amigo Coelho? Entretanto venda a correr a TAP, o Convento de Mafra e a Ponte sobre o Tejo…
Ah? Já vendeu? Você é mesmo fixe!

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