Saia um rosé praquela PàF

A campanha eleitoral anda — como compete de 4 em 4 anos — por aí, correndo quelhos e vielas. A nível nacional, os cabecilhas PàF tentam lixiviar os últimos 4 para garantir que nos próximos é que vai ser, usando de todas as mentiras para aparecer — estes cavaleiros do apocalipse — como os imaculados […]

  • 0:41 | Quarta-feira, 16 de Setembro de 2015
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A campanha eleitoral anda — como compete de 4 em 4 anos — por aí, correndo quelhos e vielas.
A nível nacional, os cabecilhas PàF tentam lixiviar os últimos 4 para garantir que nos próximos é que vai ser, usando de todas as mentiras para aparecer — estes cavaleiros do apocalipse — como os imaculados cavaleiros da Távola Redonda. Sabíamos da sua lata. Não tínhamos a noção de tanta lata, tanto descaramento, despudor, mentira e vileza. Até individualidades afectas às cores da coligação, ex-ministros e secretários-gerais como Bagão Félix e Manuela Ferreira Leite os desmentem. São corroborados pelos insensados (ou insensatos) catorgas cumulados de rasas de mordomias por essas edp’s fora.
A última rábula é acerca de quem chamou a tróika. Foste tu! Não fui eu! é um choradinho rasteiro, a verter lágrimas na calçada, ou chover no molhado, as pingas cínicas que já nada lavam. São uma espécie de retroprojectores centrados no “já foi” e sem ideias ou competência para o “há-de vir”. Uns melros crocitantes e psitacistas a fazerem no coruto dos eucaliptos a louvação da desgraça.
Localmente, andam por aí duas dezenas deles a tentar dar nas vistas. Malta sem rosto, aos abraços por feiras, romarias, arraiais, lagares e funerais.
Alheados do caldeirão que referve iras Europa fora — uma Europa mais que caduca, decadente, inútil, inábil representada por políticos semi-reformados e postos na prateleira próspera do “aí não chateias” — sem ideias para resolver a maior crise que se avizinha, com centenas de milhares de refugiados em êxodo dos palcos da guerra para os cenários das fronteiras cerradas, onde o arame farpado, os muros e os soldados armados tentam conter essa onda avassaladora em fuga da morte.
Não há solução à vista neste transbordo continental. A Europa Unida (?), acordada estremunhada da ressaca dos problemas financeiros dos países mais débeis, parece nada ter previsto e olha, tartamuda e atónita para um mundo em convulsão.
Entretanto, aqueles que rechaçam dos seus países esta multidão em busca da sobrevivência, gargalheiam a certeza das suas eficazes tácticas que consistem , neste mundo global, em gerar o pânico em casa para o propagar à casa alheia.
A Europa não sabe o que fazer e, estupefacta, assiste impotente do seu ainda cómodo camarote ao fenómeno de massas que só pode resultar em calamidade, estancável, ainda agravado com a chegada das condições climatéricas adversas, com o frio e a chuva a fustigar quem no corpo traz a exaustão dolorosa recoberta por farrapos.
Entretanto, essa mesma Europa incapaz de tomar decisões políticas comuns e grandiosas, deixa-se fraccionar em duas facções que, em breve se enfrentarão com a animosidade bélica dos contendores contra e a favor do acolhimento dos refugiados, deixando o “social imediato” nas mãos da solidariedade anónima e colectiva de grupos de cidadãos a acorrerem com seus parcos bens à desgraça de quem nada tem.
Isto não vai dar bom resultado… Os senhores da guerra, os governantes do ouro negro e das armas pouco brancas podem limpar as mãos à trampa feita e à suja política interesseira da ganância infinita.
Perante isto, dez candidatos a deputado a fazer de contas que pisam uvas num lagar de um amigo, se não fosse quadro tão idiotamente anedótico, seria a imagem de um país “adredemente obnubilado” pelos baquianos vapores da alienação.

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Publicado em Editorial