Quem manda na comunição social?

    Não é fácil responder… Porém, ela obedece a interesses, a lóbis, a grupos, etc. No ano de 2016 as paragonas de todos os jornais, as aberturas de telejornais, da rádio, dos meios sociais, etc., eram a imensa vaga de migrantes, de refugiados, vindos maioritariamente da Síria em convulsão, que fugiam ao terror, à […]

  • 13:59 | Domingo, 22 de Outubro de 2017
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Não é fácil responder… Porém, ela obedece a interesses, a lóbis, a grupos, etc.
No ano de 2016 as paragonas de todos os jornais, as aberturas de telejornais, da rádio, dos meios sociais, etc., eram a imensa vaga de migrantes, de refugiados, vindos maioritariamente da Síria em convulsão, que fugiam ao terror, à devastação, à morte e que entravam na Europa por todas as fronteiras ao seu alcance, mar Mediterrâneo inclusive.
Milhares perderam a vida nessa viagem sem retorno. Os mais bafejados da sorte lá chegavam a Pas de Calais, no Norte de França, para tentar ultrapassar o canal da Mancha e chegar a uma Inglaterra sonhada, ou porque já lá tinham uma referência, um familiar, um amigo, ou porque conheciam a língua…
Construiu-se até um muro, “um muro da vergonha”, assim apodado pela maioria dos jornalistas, dos repórteres, da comunicação social.
Todo este imenso bruáá serviu excelentemente os intentos dos apologistas do Brexit e ao recrudescimento da extrema-direita europeia (e dos EUA), que viam nessa onda de fugitivos à morte, o argumento/pretexto assente na vaga-mor do terrorismo mundial.
Quem não se lembra, por exemplo do Nigel Farage, líder do UKIP? Ou de Marine Le Pen, da Front National? Ou do tenebroso Tayyp Erdogan, da Turquia?
Bom, atingidos os objectivos, quem ouviu mais a comunicação social falar no assunto? De repente, o assunto foi encerrado ou recebeu imperativas ordens de encerramento…
 
Ontem, a propósito da manifestação silenciosa no Rossio, em Viseu, passei lá pessoalmente às 16H30 e contei aproximadamente duas centenas de pessoas à porta da Câmara.
A SIC, sem se comprometer, referiu algumas centenas.
Um jornal local foi mais taxativo. Contou 1.500 pessoas.
Não deve ter sido um exercício fácil, porém, seguindo o alvitre do compadre Zacarias a coisa nem é difícil se contarmos o número de cabeças, o número de mãos, o número de pés e dividirmos por 5, salvaguardando andar por aí muita gente de cabeça perdida, alguns manetas e muitos coxos.
Ou, se calhar, quem passou por lá de “drone” foi o dono do jornal, que dessa forma, teve uma visão alargada, se bem que convenientemente aérea da “coisa”.
Em suma… A Anaïs Nin, que sabia da poda, afirmava que “cada um vê o que tem dentro da cabeça”. Talvez todos vejamos exactamente isso, porém, no meu caso, até lá fui fazer uma dúzia de fotografias… para ter um documento de base e fundamento.
A informação, hoje mais que nunca, tem dono e ouve-lhe a voz. A voz do dono, na maior parte das vezes, mais ou menos encapotadamente, é a voz do oportunismo e das conveniências. Quando um autarca – por mero exemplo – se zanga e corta na publicidade, há que apertar uns furos ao cinto… e a credibilidade não enche a malga.

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