Porque não me deixa gabá-lo?

O estimado leitor concebe uma enorme frase com um só predicado (enunciador do acto e movimento), um único substantivo singularmente só e uma catrefada de adjectivos qualificadores do solitário nome? Assim nos parece a acção do executivo capitaneado por Almeida Henriques, hoje já uma espécie de santo antoninho hétero rotulado de “bombo de festa” pela […]

  • 10:28 | Segunda-feira, 08 de Junho de 2015
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O estimado leitor concebe uma enorme frase com um só predicado (enunciador do acto e movimento), um único substantivo singularmente só e uma catrefada de adjectivos qualificadores do solitário nome?
Assim nos parece a acção do executivo capitaneado por Almeida Henriques, hoje já uma espécie de santo antoninho hétero rotulado de “bombo de festa” pela sua continuada, persistente e improfícua acção.
Com uma noção de exercício autárquico pouco centrada no munícipe mas muito pouco imaginativamente dirgida a um público específico que aprecia festarolas e tem vinhos para promover, além do rídiculo “feirar” que ressuscitou, até ao enfático “festejar” que pratica com denodo, nada de substantivo se lhe distingue, como nada de predicativo se lhe referenciou na sua breve carreira de secretário de Estado, de onde saiu ou de onde o fizeram sair (?) a modos que intempestivamente.
 
Dois banais exemplos:
A radial de Santiago conseguida com esforço e dinheiros do programa Polis está quase votada ao abandono. Casas de banho com horário de funcionário público, a fechar às 17H30, material lúdico-infantil estragado e não reparado (o perigoso “escorrega” de arame cujo assento foi partido e nunca substituído há mais de 2 meses), a falta de iluminação nocturna, um bar/cafetaria fechado por falta de opositores ao concurso, e etc. Quase nada, mas ilustrativo de incúria.
 
A meio da semana referimos a lixeira visível a olho nu por onde quer que se passe, excepção da “parada” que brilha. Demos um mero exemplo dos reservatórios do lixo no pequeno parque junto à Vitivinícola do Dão, no Fontelo. Finalmente foram lá despejá-los junto ao fim-de-semana… mas, até parece que e de “raiva” alguém o fez expressamente para o chão envolvente. Quase nada, mas ilustrativo de indiligência.
 
A urbe está pejada de veículos abandonados num péssimo postal de visita. Quase nada, mas ilustrativo de desleixo.
 
Meras e negativas referências de uma capital do distrito colocada em 17º lugar num relatório público fidedigno e entre as 18 capitais de Portugal… no referente a itens diversos que pode ler ou reler aqui…

 
AH podia vir a dar em bom autarca… teve tudo para isso, mas apesar da complacência e invisibilidade dos 4 vereadores da oposição (3 PS / 1 CDS), apesar do seu antecessor lhe deixar a casa arrumada e com desafogo financeiro, apesar do amplo staff de conselheiros que apoia e em quem se apoia, apesar do estado de graça que lhe foi consignado por gregos e troianos, esperançados em ver refulgir o sucessor (?) de Farminhão em Cavernães… foram goradas todas as expectativas.
Lá se vai arrastando, com fraco alento, diminuto pulmão, pouco rasgo de asa, muito se auto publicitando por tudo onde luz holofote e… secando tudo em seu redor por falta de imaginação para fazer melhor e diferente.
Quis a CIM Viseu Dão Lafões situada na autarquia de um correligionário de Tondela para Viseu, quis o Festival da Guitarra Clássica na autarquia de um correligionário de Sernancelhe para Viseu, quis o míscaro na autarquia de um correligionário do Sátão para Viseu, quer o comboio, quer o heliporto, quer a via Viseu-Coimbra, quer a gestão dos programas do Portugal 2020, quis melhorar o acesso da EN 229, Viseu Sátão Sernacelhe… quis um grande grupo a explorar a Feira de S. Mateus.
Ambicioso, quer tudo e pouco ou nada alcança. Vai ter a carreira aérea Bragança-Viseu-Tires-Faro porque parece que com os incentivos concedidos pelo governo houve uma empresa que se atreveu a concorrer e… a ganhar, imagine.se! Vamos ver qual o futuro e a continuidade desta bizarria que serve a meia dúzia (se tanto!) de munícipes mais endinheirados. Vai ter Saúde privada, de quem, às vezes parece ser porta-voz. O hostel da Rua do Comércio (?) ficou vazio por falta de quem nele pegasse.
Meu caro presidente… peço-lhe um favor — primeiro e único — dê-me tréguas e não se ponha tão e todos os dias assim a jeito. Sabe, já me canso. Já me cansa. Mas… creia que a “culpa” é apenas sua e que nada me move pessoalmente contra a sua pessoa e ideologia professada. Eu apenas tenho um sonho: escrever sobre passarinhos a posar em rubras papoulas nas rotundas do seu antecessor.
No fundo, o que eu mais quero é gabá-lo. Porque não me dá motivos?

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Publicado em Editorial