Os deputados eleitos por Viseu e a verdade do voto sobre a abolição das portagens

  No dia 8 de Fevereiro votou-se no Parlamento a proposta do PCP, do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) que recomendava ao Governo, através de projectos de resolução, a abolição das portagens na A25, na A24, na A23, e também na A22, ou Via do Infante, no Algarve. Estas  […]

  • 14:05 | Domingo, 10 de Fevereiro de 2019
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No dia 8 de Fevereiro votou-se no Parlamento a proposta do PCP, do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) que recomendava ao Governo, através de projectos de resolução, a abolição das portagens na A25, na A24, na A23, e também na A22, ou Via do Infante, no Algarve.

Estas  propostas foram chumbadas com os votos contra do PS e a abstenção do PSD e do CDS-PP.
Os deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Viseu pela coligação PSD/CDS-PP abstiveram-se, tendo os deputados do PS, Lúcia Silva, José Rui Cruz e Marisabel Moutela votado a favor da abolição das ditas portagens.
Se nos lembrarmos que em 2016, no decurso de uma Assembleia Municipal de Viseu, foi apresentada uma moção para abolição das portagens que obteve o voto favorável de todos, é hoje difícil de compreender esta reviravolta de Pedro Alves, Leitão Amaro e Hélder Amaral.  Como aceitá-la? E aqui incluímos também Lima Costa e Inês Domingos, que também se abstiveram.
Na política, raramente o sim de hoje permanece sim de amanhã, ou o não de ontem permanece não de hoje, porém, qual a explicação cabal e inequívoca para a atitude destes deputados que, deste modo, defraudam o voto e as expectativas neles depositadas pelo seu eleitorado?
Mais, com que cara se apresentarão, nas legislativas de Outubro deste ano a pedir o voto aos eleitores?
Como é que lhes farão crer que, por eles eleitos, representam outros interesses que não os do seu território e eleitores?
Ouvindo Lúcia Silva, deputada pelo PS Viseu, esta declarou à RD ter votado pela abolição das portagens “por uma questão de coerência, em defesa do nosso território”, mais referiu ser premente “fazer um caminho de que o interior carece, a nível de incentivos, sendo esta abolição um reforço”, concluindo “é para isso que temos de caminhar e o governo vai nesse sentido, mas gradualmente e implementando para já a redução para os veículos de transporte de mercadorias, o que já é um passo para diante.
Onde está esta invocada coerência nos outros deputados que se abstiveram? Como podem eles, doravante, falar na interioridade e na luta dos territórios de baixa densidade pela sua sobrevivência quando, tendo ao seu alcance uma medida eficaz para o fazer, nem dizem sim nem não, antes se centrando num implausível “nim”?
Esperamos que os visados tenham uma lógica explicação para a sua atitude. Decerto a terão. Pena é ela ser provavelmente tão “escabrosa” que nem dela ousam falar…
 
Nota:
Recordemos que o Decreto-Lei 67 -A/2010, de 14 de Junho, que introduziu as portagens, foi visto e aprovado em Conselho de Ministros de 6 de Maio de 2010.
Foi promulgado a 2 de Junho de 2010 por Aníbal Cavaco Silva, sendo primeiro-ministro José Sócrates e ministro da tutela Teixeira dos Santos.
 
 
 
 


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