Os “choques” de Vara

  Armando Vara foi detido para interrogatório. O mesmo Armando Vara que foi condenado a 5 anos de prisão, no processo “Face Oculta”, sentença da qual recorreu. Colocam-se algumas questões: Foi o Armando Vara administrador da CGD ou o Armando Vara ex-ministro socialista? Clarificando: foi detido por actos praticados enquanto ministro ou enquanto bancário? Embora, […]

  • 23:40 | Sexta-feira, 10 de Julho de 2015
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Armando Vara foi detido para interrogatório. O mesmo Armando Vara que foi condenado a 5 anos de prisão, no processo “Face Oculta”, sentença da qual recorreu.
Colocam-se algumas questões:
Foi o Armando Vara administrador da CGD ou o Armando Vara ex-ministro socialista?
Clarificando: foi detido por actos praticados enquanto ministro ou enquanto bancário?
Embora, e em boa verdade, não seja muito relevante, pois já todos percebemos que os políticos vêm às resmas da banca e voltam para a banca às resmas. Com uma diferença… de um lugar ao balcão passam para um lugar na administração.
A banca e a política mantêm de há muito relações perniciosamente ambíguas, persistentes e de estranho estreitamento.
Armando Vara foi para a administração da CGD por ter sido ministro? E que mais-valia para lá levou ele? Pelos vistos nenhuma. Pelos vistos, também, é acusado de ter lesado a instituição em muitos milhões de euros. A ser verdade deve ser duramente condenado. Ele e todos quantos têm agido de forma suspeita e lesiva. Não vimos grandes resultados, por exemplo no escândalo BPN… Mas será coincidência.
Também, quantos acusam a Justiça de ter aberto a caça a ex-ministros socialistas a 3 meses de eleições legislativas, devem ter a certeza que é mais uma mera coincidência, pois a Justiça tem timings muito apropriados para aplicação das suas medidas, em consequência da inequivocidade e clareza das suas investigações.
Se já não acreditamos nas trauliteirices dos políticos, sempre enredados em teias de fina malha, se já nada de abonatório ressumbra da actuação dos banqueiros portugueses, hoje mais comparáveis a Arsènes Lupins de dígitos prestes que a dignos defensores dos nossos bens, há que ter fé na Justiça e dar-lhe todo o benefício da dúvida, pelo menos até à exaustão dos argumentos sustentatórios dos seus actos punitivos.
Quanto ao resto, que todos – políticos, banqueiros, magistrados e outros demais e eventuais prevaricadores, independentemente da corporação de origem – sejam, em caso de qualquer suspeição, objecto das mesmas e mais justas medidas.
Pela moralização da democracia e vitalidade de um Estado de Direito e Democrático.
 
 

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Publicado em Editorial