O auge da trauliteirice

    Perante o desânimo gerado nas hostes rosa pelas últimas sondagens (PS 32 / PàF 38), num pré-resultado muito inquinado pelos “seguristas”, ávidos de vingança, a minar a máquina partidária e dispostos a esquecer o partido para se enquistarem na facção, a rejubilação de Passos&Portas, extemporânea, pode ser estralejo de curto alcance e rasteiro […]

  • 11:15 | Sexta-feira, 02 de Outubro de 2015
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Perante o desânimo gerado nas hostes rosa pelas últimas sondagens (PS 32 / PàF 38), num pré-resultado muito inquinado pelos “seguristas”, ávidos de vingança, a minar a máquina partidária e dispostos a esquecer o partido para se enquistarem na facção, a rejubilação de Passos&Portas, extemporânea, pode ser estralejo de curto alcance e rasteiro voo.
Com um presidente da República fechado nas suas costumeiras incongruências, profundamente desgastado, política e neuronialmente, a dar a imagem de líder de capela partidária, a coligação esforçou-se pelo resultado pondo toda a máquina “aparelhista” no terreno, deixando de governar Portugal (?) para seduzir o eleitorado, com renovadas promessas, de montante a jusante da Lusitânia.
Entretanto em Viseu foi PàF-Plof, para a apoteose esperada.
Se no jantar se juntaram 4.000 fervorosos adeptos do PSD e do CDS, para ouvir a lancinância, imagine-se… de Francisco Lopes, o autarca de Lamego e o mais polémico do distrito, que não destoou no timbre geral do tom e do sound bite (enquanto aguarda os resultados da PJ ao seu reduto), até um Ruas, indefectível “passista” que parecia pouco à vontade no seu papel de ex-anfitrião, superado por um descredibilizado e inepto Almeida Henriques, os devotos cedo dispersaram comida a senha dos 10 €.
Certo é que e para dois partidos juntos, 38% está longe da maioria absoluta e da governabilidade necessária. É que ficam 62% de fora…
A esquerda (?) dividida também não tem de que se vangloriar, pois não conseguiu encontrar o consenso para enfrentar esta direita (?) trauliteira que soube, apesar do desgaste, gerir com arteirice o desmérito dos opositores.
Os “seguristas”, esses e por seu turno, já arreganham o dente para o “day after”, aguçando os cutelos para a carnificina dos Távoras.
E porém, de entre esta salsada, qualquer que seja o vencedor que sair do 4 de Outubro, por quanto tempo vai governar?
E depois disso, dos ajustes de contas, da caça às bruxas… para alguns partidos não seria bom lixiviarem toda a trampa de arrivistas e oportunistas do “bem-bom” instalado e tentarem, das cinzas, renascer como Phénix? Ou será insuperável?
A coligação PàF, na minha modesta óptica, foi o governo mais maléfico dos últimos 30 anos. Reduziu Portugal a um país de pobres e indigentes, vendido a retalho, cheio de sacrificados em prol de uma “micro minoria” gordamente milionária de privilegiados, espoliando os portugueses de serviços e seus magros haveres, aumentando o desaire económico do país.
Estranho que os jovens desempregados e emigrados o apoiem.
Que os aposentados/espoliados o apoiem.
Que a classe média saqueada o apoie.
Que as centenas de milhares de desempregados o apoiem.
Estranho.
Mas a fazer fé nas sondagens, há 38% do eleitorado que apreciou.
O povo é quem mais ordena.

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Publicado em Editorial