No presente, Passos a prazo. No futuro, Almeida Henriques condicional…

    Seria absolutamente impensável há um ano, Passos Coelho, presidente do PSD marcar uma reunião com os líderes das distritais com uma OT centrada na “descentralização” e parte deles mandá-lo “bugiar”. Interessante é também esta urgência de debater a “descentralização” quando na sua longa governança de 2011 a 2015 – longa porque lesiva – […]

  • 10:01 | Quinta-feira, 29 de Dezembro de 2016
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Seria absolutamente impensável há um ano, Passos Coelho, presidente do PSD marcar uma reunião com os líderes das distritais com uma OT centrada na “descentralização” e parte deles mandá-lo “bugiar”.
Interessante é também esta urgência de debater a “descentralização” quando na sua longa governança de 2011 a 2015 – longa porque lesiva – se borrifou por completo no tema, antes sendo um centralizador nato. Quase que indicia, esta urgência e esta temática, um necessidade a todo o custo de fazer agenda política mas, também, uma imperiosa premência de “contar carabinas”.
Muitos dos convocados, manguito feito, alegaram estar de férias… outros invocaram ter o “carnet de bal” assoberbado.
Estes indícios são absolutamente sintomáticos da perda gradual e acentuada de poder interno de Passos Coelho. Ninguém ignora, fora e dentro do partido, que está nas “últimas”, gasto, decadente, com o prazo de validade ultrapassado.
Ademais, acorda para 2017 num remake da mensagem de Natal de António Costa, centrada sobre a Educação, o Ensino, a Cultura, o Conhecimento, a Saúde, vindo propor a transferência – que não fez na sua governação – de mais competências para as autarquias a esses níveis.
Alguma falta de imaginação, convenhamos. Mas mais do que isso ressalta a ausência agudizada de ideias concretas e claras para fazer oposição séria e credível. Por isso, estes estertores do pré-morto para balbuciar, num gemido, uma ideia de ainda-vivo.
 
Entretanto o “glorioso” Trump, num tweet-post dá os parabéns e os agradecimentos a si próprio pelo muito que já está a fazer, mesmo sem tomar posse.
É Trump a agradecer a Donald: “Thanks, Donald!”. E como se não bastasse, anunciou já ter criado mais 8 mil postos de trabalho. Ou melhor, vai criar em breve…
Esta nova forma de fazer política dá resultados, como se viu e vê, no entendimento de que mais do que fazer-fazer é dizer que se vai fazer.
E aqui chegados, à nossa micro-escala, logo nos ocorre o nosso autarca preferido, Almeida Henriques, o homem do futuro. Não do tempo do porvir, mas do futuro do indicativo, tempo e modo verbal que tão bem sabe usar nas suas proficientes retóricas. Tudo é para amanhã… E demo-nos por contente por ainda não ter começado a usar o tempo do condicional “eu faria se”, “eu criaria mas”… pois é o tempo dos “inconseguimentos”.
Almeida Henriques tem dez meses para concretizar o programa eleitoral Viseu Primeiro onde “plasmou” a sua “visão de futuro para Viseu”, centrada nas suas 3 prioridades estratégicas, nas suas 5 áreas de aposta, nas suas 50 propostas. A seu tempo a elas voltaremos…
Para já, esperemos pelo próximo passo, outdoors com a o rosto do autarca, olhos no infinito, e o slogan “Obrigado António!”, assinado Almeida Henriques…
 
 
 

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Publicado em Editorial