Mente o INE ou o Coelho?

    “Muyto milhor he nam fazer voto, que depois de o ter feito, nam pagar o prometido.” O Livro de Eclesiastes, Damião de Góis, ed. fs da FCG, 2002.   Um amigo atento e precioso colaborador do RD chamou a atenção para uma linguagem inequívoca dos números publicados pelo Instituto Nacional de Estatística, organismo […]

  • 19:48 | Quarta-feira, 05 de Agosto de 2015
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Muyto milhor he nam fazer voto, que depois de o ter feito, nam pagar o prometido.”
O Livro de Eclesiastes, Damião de Góis, ed. fs da FCG, 2002.
 
Um amigo atento e precioso colaborador do RD chamou a atenção para uma linguagem inequívoca dos números publicados pelo Instituto Nacional de Estatística, organismo oficial, credível, a quem compete fazer estas análises…
 
Comparando três termos: população activa; desempregados; inactivos em duas sincronias: 2011 e 2015, as conclusões são claras. E por tal serem, irritaram fortemente Coelho e deixaram Portas aos gritinhos histéricos.
 
Em 2011 a população activa era de 5.568.000
Os desempregados eram 675.000
Os inactivos eram 5.075.300
 
Em quatro exactos anos de governo Coelho&Portas, em 2015, a população activa passou para 5.201.200, ou seja, diminuiu 366.800; os desempregados passaram para 620.400, ou seja, menos 54.600, mas os inactivos passaram para 5.142.200, aumentando 66.900
 
Por básica análise matemática, a descida do desemprego, uma das raras bandeiras que os governantes queriam desfraldar, é uma mera falácia, um aproveitamento muito primário dos números isolados, que, quando vistos no seu conjunto, deixam a mentira de perna curta e provam, pelo contrário, que o desemprego aumentou face ao outro ano de confronto. Grave é pensarmos que há quase 400 mil portugueses que deixaram de estar em actividade, ou porque emigraram — e foram a grande parte — ou porque se aposentaram, ou porque morreram.
Se lhes juntarmos o aumento de mais de meia centena de milhar de inactivos, a conclusão é elementar face ao número de menos 54.600… E ainda assim, estarão aqui contabilizados todos os precários, estagiários, poc’s e etc.
Não é grave. Só o é no aproveitamento bacoco e demagógico, eleitoralista e ilusionista que Coelho&Portas pretendem utilizar para, uma vez mais, levarem os portugueses ao engodo de na sua aliança votarem.
“Portugal para a frente” ou “Prá frente Portugal” ou “Agora Portugal pode mais”, sei lá eu já qual é o genérico da coligação ou o slogan rechonchudo desta semana…?! mas basicamente têm razão: em frente para a cova; e pode mais, claro: privatizar, aumentar a dívida pública, engordar o défice e etc.
Com este discurso da mentira, foi interessante ver há 2 ou 3 dias um secretário de estado de nome qualquer-coisa-Maçães ser gozado no twitter por dois jornalistas/analistas estrangeiros do Wall Street Jounal que o cobriram de ridículo, fazendo dele o “comictwitt” de serviço… Foi uma gargalhada mundial e pública.
 
 

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