Jardins Efémeros – Sobrado está “triste, decepcionado e frustrado”

  Ao que parece o honorável vereador da Cultura, do Turismo e mais-não-sei-o-quê, Jorge Sobrado, auto anuncia-se “triste, decepcionado e frustrado” perante o cancelamento dos Jardins Efémeros – 2019, em Viseu. Mais, aponta o dedo ao Ministério da Cultura que falhou com 30 mil euros. Uma fortuna, diga-se, para quem dá mais do que isso […]

  • 20:37 | Sexta-feira, 22 de Março de 2019
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Ao que parece o honorável vereador da Cultura, do Turismo e mais-não-sei-o-quê, Jorge Sobrado, auto anuncia-se “triste, decepcionado e frustrado” perante o cancelamento dos Jardins Efémeros – 2019, em Viseu.

Mais, aponta o dedo ao Ministério da Cultura que falhou com 30 mil euros. Uma fortuna, diga-se, para quem dá mais do que isso por um “bidé-escultura” na radial de Santiago…
Mas, se foi cancelado porque o ministério da Cultura deixou de apoiar, será lícito pensarmos que nos outros anos se realizou porque o MC apoiou?
E na DRCC não estava uma colega e correligionária do PSD, Celeste Amaro, desde 2011, mantida em funções até 1 de janeiro de 2019? Terá sido a nova directora, que ainda não aqueceu o lugar, ou terá sido a “malandreca” da DGA (Direcção Geral das Artes)?
Há que encontrar os responsáveis, uma vez que eles não estão no Rossio viseense.
Sobrado esmera-se e é quase convincente. Convincente sendo de facto a afastar do palco quem lhe ofusque o brilho.
De certeza só uma: a Câmara Municipal de Viseu lava as suas mãos como Pilatos. E mais, tentando dar a um “real cínico uma caução nobre” (Barthes dixit), vive momentos de sofrimento e de angústia. Principalmente depois de se aperceber de uma onda nacional de reacção crítica contra o cancelamento deste evento.
Um irmão de Sobrado está no Teatro, ao que julgamos saber. Talvez os gémeos tenham queda para a dramaturgia, dando às representações do quotidiano um ar de tragédia e às pantominas festaroleiras um arzinho de comédia moral rabelaisiana, do tipo Gargântua e Pantagruel.
No fundo, “farsas” cujo enredo o nosso Gil Vicente não enjeitaria, antes lhe chamaria um figo, do tipo “Auto dos Físicos”, muito carnavalesco, numa notável crítica às instituições e à forma como exerciam o seu poder. Ontem e hoje. E provavelmente amanhã…
 


(Foto RD)

 

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Publicado em Editorial