Gouveia – "Conversas Inacabadas" – Manta e Aquilino

Decorreu no passado dia 10 de Agosto, em Gouveia, uma plural homenagem ao pintor Abel Manta. No Museu Municipal com o seu nome, pelas 17H00, deu-se início às “Conversas Inacabadas”, uma iniciativa inserida no âmbito do protocolo estabelecido em Fevereiro deste ano, entre a FAR – Fundação Aquilino Ribeiro e o Museu Abel Manta, dinamizado […]

  • 15:53 | Sábado, 12 de Agosto de 2017
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Decorreu no passado dia 10 de Agosto, em Gouveia, uma plural homenagem ao pintor Abel Manta.
No Museu Municipal com o seu nome, pelas 17H00, deu-se início às “Conversas Inacabadas”, uma iniciativa inserida no âmbito do protocolo estabelecido em Fevereiro deste ano, entre a FAR – Fundação Aquilino Ribeiro e o Museu Abel Manta, dinamizado pelo vereador da Cultura, Jorge Ferreira e por Paula Branco.
Presentes estiveram os dois autarcas, Luís Tadeu, de Gouveia e Carlos Silva Santiago, de Sernancelhe e os respectivos vereadores da Cultura. À conversa estiveram a arquitecta Isabel Manta e o professor Aquilino Machado, ambos netos das respectivas individualidades em “diálogo”, que teve a moderação de Paulo Neto.
Com o auditório cheio de público e durante mais de uma hora, revisitou-se uma “velha amizade” de uma vida, entre dois grandes vultos da pintura e da literatura, nacional e internacional, com a viva intervenção do público no qual se destacavam ilustres familiares do pintor. De entrada, com uma adequada leitura de palavras de Aquilino dirigidas a Abel com fundo musical, a apresentação esteve a cabo do vereador Jorge Ferreira e a introdução competiu ao presidente da Assembleia Municipal, Luís Gil.
Abel Manta foi para Paris em 1919 pela mão de Aquilino e, a partir daqui, cimentaram-se entre eles os laços e as afinidades já existentes que durarão até fim de suas vidas.
 
Abel Manta, retratou Aquilino e ilustrou obras suas, fazendo as capas para “Terras do Demo”; “A Via Sinuosa”, “Andam Faunos pelos Bosques”, ilustrando uma edição de “A Casa Grande de Romarigães”, percurso continuado pelo pintor e arquitecto João Abel Manta, seu filho, que ilustrou “Quando os Lobos Uivam”, das Ed. Avante, 2008. Aquilino dedica a obra “Portugueses das Sete Partidas”a Abel Manta, do seu longo prefácio citamos este excerto:
”Ora eu nesta via sacra, não pelo mérito mas pelos abrolhos, que ando a percorrer há mais de um quarto de século, vou deixando ex-votos pelo caminho. Tendo-me posto a rememorá-los, verifiquei que faltava um com o seu nome. De verdade que estou em falta, que mais não fosse pelo que o estimo e admiro. Desde que tive o subido prazer de conhecê-lo, jamais se passou dia em que deixássemos de ser um para o outro leais e fraternos, primeira cláusula da amizade.”
Encerrou esta actividade o presidente da Câmara de Sernancelhe, em representação da FAR, seguindo-se-lhe a entrega do Prémio de Pintura Abel Manta 2017, que já vai na sua 7ª edição e ao qual já concorreram 616 obras.
Foi vencedora a obra “Tiro, 2015”, da autoria de Alexandre Coxo, Matosinhos, 1987, que recebeu o prémio das mãos de Luís Tadeu, que discursou concluindo este momento ao qual se seguiu uma visita à Exposição com as 10 pinturas primeiro classificadas.
Rua fora, a comitiva dirigiu-se a uma rotunda da cidade onde foi inaugurada por Luís Tadeu e Isabel Manta uma estátua do pintor.
Gouveia junta desta feita ao ano de 2016, consagrado a outro notável filho da terra, Vergílio Ferreira, a mais justa das homenagens a outro seu dilecto filho, o pintor Abel Manta.
Parabéns ao executivo gouveense pela digna revivificação dos seus artistas.
 (Fotografias de Hélder Lopes, Joana Correia e Rua Direita)

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