Felizmente, temos Almeida Henriques…

    … que na sua crónica semanal no prestigiado “CM” diz que o Primeiro-Ministro de Portugal António Costa anda “enlevado pelo Web Summit”, evento captado para Lisboa pelo Governo a que ele mesmo pertenceu, esquecendo-se apenas de acrescentar e relevar que tal obra foi conseguida pelo seu sucessor na pasta, o ex-secretário de Estado […]

  • 9:42 | Quarta-feira, 09 de Novembro de 2016
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… que na sua crónica semanal no prestigiado “CM” diz que o Primeiro-Ministro de Portugal António Costa anda “enlevado pelo Web Summit”, evento captado para Lisboa pelo Governo a que ele mesmo pertenceu, esquecendo-se apenas de acrescentar e relevar que tal obra foi conseguida pelo seu sucessor na pasta, o ex-secretário de Estado da Economia Leonardo Mathias – braço-direito do antigo ministro Pires de Lima.
Mais escreve, com rigor, graça e real conhecimento de causa que “Quando faltam políticas e reformas, há sempre o velho truque de atirar milhões para cima da realidade — ou do problema.”
E de facto, basta lembrarmos o programa por ele idealizado, de bonito nome “Valorizar”, para recordarmos como ele resolvia (?) os problemas, de modo tão singelo como aquilo que propunha em dezembro de 2012, quando anunciava para obstar à desertificação do interior: “o Governo vai reservar 256 milhões de euros para estimular a actividade produtiva nessas regiões com reduzida população. Este é o orçamento da resolução aprovada em Conselho de Ministros para a concretização do programa Valorizar.
Quais foram os resultados reais destes 256 milhões? Chegaram a existir? Onde está a valorização?
E este “gogó” todo talvez por ser dia de inauguração do centro de inovação da IBM que emprega 40 jovens quadros. Parabéns, já não era sem tempo, passar do futuro ao presente do indicativo.
Conclui assim a sua epístola voraz: “Enquanto esperamos que os anúncios de milhões se convertam em algo palpável, há (felizmente) um país que trabalha e faz acontecer.
Tal, como o “Vissaium 21”? O consórcio de 20 parceiros mais a CMV, criado em Fevereiro de 2015 e visando o desenvolvimento local nas áreas da promoção da inclusão e do empreendedorismo social, no combate ao desemprego, à pobreza, à exclusão social, ao abandono escolar… etc. Que seria “uma prova da maioridade da sociedade de Viseu e um teste à sua capacidade”? Pelos vistos essa maioridade atrofiou e quanto ao teste… reprovou.
Enquanto esperamos que os anúncios de milhões se convertam em algo palpável, há (felizmente) um país que trabalha e faz acontecer.” Onde?
E o projecto “Viseu Estaleiro-Escola”? Para a reconversão do sector da construção? Que seria gerido pela CERV, Confederação Empresarial da Região de Viseu, liderada pelo João Cota e por ele co-criada quando deixou de estatutariamente poder ser presidente da AIRV?
Por isso, isto e aquilo, felizmente que temos um Almeida Henriques. Não há quem o bata a “criar a ideia de que”. Quase tão imbatível como na avidez cúpida pelos dinheiros da UE para, diz ele, “fazer chegar à economia e ao país real os milhares de milhões de fundos comunitários que” António Costa “tem guardados no cofre…” Será que Almeida ainda demora a interiorizar que Portugal já tem um novo “Senhor QREN”, dispensando este os “achaques” de quem teve, a seu tempo, a oportunidade de gastar os fundos a seu bel-prazer? Esperemos que não.

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Publicado em Editorial