Eu sou bom… o Estado não presta, pensará Almeida Henriques

    O meu estimado colega cronista – com a devida e mui reverente distância, eu sei escrever, ele não; sendo ele em contrapartida, um mau autarca e eu nem isso… por isso, o amigo AH, sai vencedor – nesta última empreitada semanal plumitiva no CM, pega na tragédia de Sabrosa, a morte de uma […]

  • 11:46 | Terça-feira, 20 de Novembro de 2018
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O meu estimado colega cronista – com a devida e mui reverente distância, eu sei escrever, ele não; sendo ele em contrapartida, um mau autarca e eu nem isso… por isso, o amigo AH, sai vencedor – nesta última empreitada semanal plumitiva no CM, pega na tragédia de Sabrosa, a morte de uma família, “por intoxicação, numa habitação destituída das mínimas condições de vida” que, segundo ele “deixou o país chocado.”

E para quê pega ele nesta tragédia? Adiante…
É verdade, este país não tem semana que não fique chocado com alguma coisa. Infelizmente.
Com a tragédia de Sabrosa; com a calamidade de Borba; com os casos de corrupção por aí pululantes como cangurus na Austrália; com as tragicomédias tauromáquicas do Iva-sim-Iva-não; com as tonterias locais de impados sobrados; com as contas da Viseu Marca que nunca mais aparecem preto no branco; com mais uma ADR (?) de seu nome Vissaium ou lá o que é, a lembrar a tristemente finada “Lusitânia” e os milhões volatilizados, que até hoje ninguém conseguiu explicar como se sumiram e se sumiu o então seu “director” à época (ou será que se diz CEO?) que, provavelmente, transitou para um qualquer paraíso longe das vistas e longe do coração; as unhas pintadas no entediante parlamento; o deputado Silvano; o Bruno de Carvalho, homem também de família e achincalhado, a passar pelos piores momentos da sua vida; as maluqueiras do Trump; os dislates do Macron; os refugiados que morrem aos milhares, em silêncio, no cemitério do Mediterrâneo; o festival tinto no branco ou branco no tinto; os “inconseguimentos” de um autarca viseense mais propenso à comunicação do que há acção; o ex-autarca Fernando Ruas intransigente com a corrupção, etc., etc., etc.
Mas, recorrendo a Sérgio Godinho e às palavras de uma sua célebre canção “Paz, pão, saúde, habitação” (será que foram colegas nos gloriosos tempos de esquerda, com o Durão Barroso?), o colega de croniqueta, traz a lume o “ao que vem”: auto gabar-se e à sua grande obra no âmbito da habitação, da qual, ele o diz:
Em apenas 4 anos, apoiámos no Viseu Habita 335 famílias, investindo mais de dois milhões de euros nesta causa, sem qualquer ajuda nacional ou comunitária.”
Provavelmente até fala verdade. Todavia, e não me leve a mal, tornei-me céptico absoluto perante as suas constantes atoardas comunicacionais, as suas promessas, o futuro do indicativo, tempo e modo que usa na sua retórica…
Mas mesmo a ser verdade, o que fez mais do que a sua obrigação?
Porquê gabar-se tão deslumbradamente da “façanha”?
Quanto gasta no Viseu Marca?
Quanto gasta nos festivais vínicos?
Quanto gasta nos festins crónicos?
Não quer dizer? Como o compreendemos… É que esses dois milhões aqui invocados e pretextados na “tragédia de Sabrosa” são uma gota de água se comparados com aquilo que despende, em dinheiros públicos que considero mal-gastos.
O resto… bem o resto é a lamúria da qual não consegue emergir, por mais que estrenuamente esbraceje.


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Publicado em Editorial