Continuam os negócios entre a CMV e a Viseu Marca?

  O que poderá ser legítimo, convenhamos, com alguma boa vontade. Do tipo, Sobrado vereador da CMV compra ao Sobrado director da Viseu Marca, ou Sobrado compra ao Cota, da Viseu Marca, AIRV e CERV, Assembleia Municipal e Intermunicipal?   Uma confusão para nós que somos de parco entendimento em matérias do âmbito da engenharia […]

  • 13:16 | Sábado, 30 de Junho de 2018
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O que poderá ser legítimo, convenhamos, com alguma boa vontade. Do tipo, Sobrado vereador da CMV compra ao Sobrado director da Viseu Marca, ou Sobrado compra ao Cota, da Viseu Marca, AIRV e CERV, Assembleia Municipal e Intermunicipal?

 
Uma confusão para nós que somos de parco entendimento em matérias do âmbito da engenharia “financeira”.
Desta feita e inserido no espectáculo didáctico “Gigantes da Idade do Gelo” pelo município inserido no programa Viseu Natal, a CMV adquire à Viseu Marca – Associação de Cultura, Eventos e Promoção, “6.235 bilhetes para oferta às crianças do 1º ciclo e pré-escolar do concelho de Viseu – Exposição “Gigantes da Idade do Gelo” com efeitos de 08/12/2017 a 07/01/2018, ao preço unitário de 6 euros, num montante global de 37.410,00 €, conforme requisição do DPDC – Cultura de 14/12/2017.
Fomos ao site do município de Viseu tirar dúvidas. Aqui se transcreve:
“Viseu Marca produz grande exposição didática para toda a família, de 8 de dezembro a 7 de janeiro
A temporada de Natal traz a Viseu uma experiência didática, para toda a família. É já a partir do próximo dia 8 de dezembro que o Multiusos de Viseu acolhe os “Gigantes da Idade do Gelo”, uma exposição concebida pela Between Planets, com produção da Viseu Marca e apoio do Município de Viseu.
A iniciativa foi hoje apresentada pelo Vereador da Cultura, Jorge Sobrado, e pelo Presidente da Viseu Marca, João Cotta.”
 
Ora então, a autarquia pela mão de Sobrado compra 6.235 bilhetes à Viseu Marca. Ao preço de um bilhete unitário, sem discussão de preço nem tentativa de redução de custos. E para quê? Se um parece ser outro e outro parece ser um? Ou melhor, se o negócio é eventualmente feito entre partes interessadas e envolvidas institucionalmente, porquê dar-se ao trabalho de “regatear”? Ou de oferecer às escolas um voucher que só seria usado em caso de visita e para os alunos visitantes. E isto partindo do princípio que foram todos os alunos, certeza que não se tem. Ademais, se fossem dois adultos e três crianças, uma delas entrava grátis, segundo o referido site.
Entretanto, tentámos obter informação sobre o número de alunos em causa e obtivemos os seguintes dados:
No Ensino Pré-Primário existirão 2.435; no 1º Ciclo serão 3.844. Isto na escola pública, o que perfaz 6.279 alunos, em dados oficiais de 2016. Não é numa diferença de 44 crianças que está o busílis.
Fazemos votos que todos os jovens estudantes tenham usufruído da didactico-pedagógica iniciativa. Que de forma alguma é posta em causa pelo interesse intrínseco que naturalmente terá e pela rica experiência que proporcionou.
Gostaríamos também de fazer votos à Câmara Municipal de Viseu para uma maior diligência no gasto dos dinheiros públicos;
para uma maior capacidade negocial quando, em vez de um bilhete adquire 6.235 bilhetes;
para uma separação das “águas” nos negócios feitos, por forma a que ninguém possa sequer pensar que sejam negócios consigo mesmo, não percebendo com clareza se o requisitante é o requisitado ou se a entidade que requisita é sócia da entidade requisitada, etc. e tal…
Desculpem lá, isto para mim é um bocadinho confuso. Talvez não o seja para a Inspecção Geral da Administração do Território (IGAT).
 
 
 
 
 


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