Coelho ou ovelha bordaleira?

Estive cinco dias afastado do Rua Direita, da net, da televisão, dos jornais, da rádio. Ufa! Expressamente, alheei-me das notícias. Foi uma tranquilidade. E porém, um dos macro lemas da hodiernidade é “Sem Informação não há Decisão”. Bem sabemos que esta “informação” é de outro teor e age noutros contextos e áreas. Ainda assim, tomei […]

  • 22:13 | Sábado, 05 de Dezembro de 2015
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Estive cinco dias afastado do Rua Direita, da net, da televisão, dos jornais, da rádio.
Ufa!
Expressamente, alheei-me das notícias. Foi uma tranquilidade. E porém, um dos macro lemas da hodiernidade é “Sem Informação não há Decisão”.
Bem sabemos que esta “informação” é de outro teor e age noutros contextos e áreas. Ainda assim, tomei várias decisões importantes para mim e para os meus colaboradores, o trabalho fluiu com toda a naturalidade, nada ficou por fazer e ainda arranjei tempo para mudar de ares.
Hoje fiz um refreshing para perceber os atentados que se instituíram em rotina quotidiana, os acidentes que matam que se fartam, o novo governo a governar com o velho governo a patear… enfim, o sol nasceu a levante e pôs-se a poente. Confirmou-se a velha tese…
Creio-nos, a quase todos, muito intoxicados e notício-dependentes. Mas o mundo continua e basta ter uma reunião com meia dúzia de pastores de uma OP-Láctea para perceber que há gente que tem outras fulcrais preocupações: se o litro de leite vai ser pago a 1,20 ou a 1,25 (e neste diferencial cabe meio mundo…), se compensa investir nas bordaleiras, raça autóctone que dá o queijo da Serra, se a ordenha mecânica tem que ser obrigatoriamente o futuro, se o associativismo é a salvação, se o maneio deve ser mais cuidado, se a ração não baixa, se os dejectos do javali infestam os pastos e… neste profundo mundo laboral, onde o rigor do labor é a sobrevivência, ninguém quer saber do Costa ou do Coelho, dos suspeitos dos atentados de Paris, da overdose de ovos moles do Jardel, do Carlos Cruz a passar o natal em casa ou do tiroteio em Wisconsin.
Alhear não é solução, mas pode ser… purificação.

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Publicado em Editorial