Cada cavadela sua minhoca…

      A nomeação supersonicamente acelerada de António Costa Dieb para gestor da ADC, (Agência para o Desenvolvimento e Coesão) a entidade gestora dos fundos europeus, não está isenta de polémicas. Primeiro, porque a CRESAP seleccionou o candidato com o CV mais “débil”; Segundo, porque o candidato se enrodilhou na apresentação das suas credenciais […]

  • 12:06 | Sexta-feira, 24 de Julho de 2015
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A nomeação supersonicamente acelerada de António Costa Dieb para gestor da ADC, (Agência para o Desenvolvimento e Coesão) a entidade gestora dos fundos europeus, não está isenta de polémicas.
Primeiro, porque a CRESAP seleccionou o candidato com o CV mais “débil”;
Segundo, porque o candidato se enrodilhou na apresentação das suas credenciais académicas, num lado sendo licenciado, noutros sendo mestre, noutros pós-graduado e etc. Coisa que aliás não estranhamos pois o mero exemplo Relvas é suficientemente elucidativo e “edificante” destas tretas académico/curriculares.
Terceiro, o cérebro da CRESAP, um tal professor Bilhim, perante as suspeições entretanto invocadas e a correr comunicação social fora, reserva-se ao direito da sua infalibilidade, às dúvidas respondendo zero, quando seria muito mais coerente e transparente clarificar de forma definitiva os critérios usados e de modo a parecer que o procedimento é sério, além de, naturalmente o ser.
Quarto, António Dieb, mal foi seleccionado, logo foi muito gabado por indivíduos como Almeida Henriques, o presidente da Câmara de Viseu, que anda necessitado de “fundos europeus” como de pão para a boca, o que só não é também estranho por ser do conhecimento público a sua polémica aversão a outro dos candidatos seriados e eliminados, o professor Norberto Pires, que tem o estranho hábito de pensar.
A CRESAP parece ser hoje uma entidade descredibilizada que escolhe sempre o candidato conveniente aos superiores interesses do governo, para fazer de conta que o mérito e a competência são muito apreciados em Portugal. O que pode ser muito injusto para a CRESAP…
Faço aqui uma declaração de interesses: sou amigo e admirador do professor Norberto Pires, cujas qualidades, competências, isenção e acção conheço. Homem voluntarioso, académico conceituado em Portugal e no estrangeiro, possui no seu CV um handicap de monta: tem ideias próprias, executa-as, luta por elas, não se enrodilha em amiguismos nem em facilitismos e é frontal.
Tudo “defeitos” de que um governo “virtuoso” e “jeitoso” foge como o diabo da cruz.
O professor Norberto Pires é colaborador do “Rua Direita” desde os seus primórdios, nunca deixando de usar a frontalidade e a verdade no rigor corajoso dos seus textos. Outro fundamental defeito na corte palaciana dos “yes men”.
Quinto, a pressa do governo na nomeação também traz “água na boca” e “fumo na mata”… mas é entendível na necessidade de deixar — qualquer que seja o futuro próximo — alguém da sua maior confiança num lugar chave dos fundos comunitários.
Sexto, o professor Norberto Pires não carece de meus conselhos para nada, mas eu, atrevido, permito-me deixar-lhe aqui um ou dois…
Apresente queixa contra a CRESAP ao Provedor de Justiça invocando suspeição dos critérios aplicados; use todos os meios ao seu alcance para dar credibilidade a um processo já de si “inquinado” e pouco dignificante por parte do seleccionado, do seleccionador e, em derradeira instância, de uma instituição que deveria estar muito acima de qualquer dúvida na actuação, suspeição nos procedimentos e isenção na selecção.
A partir de hoje, se a CRESAP não dissipar todos estes ecos de fumo e talvez fogo, está irremediavelmente confinada ao descrédito, podendo assemelhar-se a uma bandinha de bairro, cacofónica, sob a batuta estrídula e desafinada de um maestro pouco entendido em música e de partituras às avessas.
 
Aqui 5 de dezenas de abordagens do tema…
 


 
 
 

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