Bipolaridade politiqueira?

    Numa pendularidade histriónica, o presidente do município viseense, assume posições distintas perante a mesma situação, assim seja governo o PS, o PSD, o PS… Por isso, foi vê-lo a reclamar com aparato a duplicação do IP3 no tempo de José Sócrates, vê-lo caladinho durante a coligação PàF de Coelho e Portas – que integrou temporariamente […]

  • 9:13 | Quarta-feira, 28 de Setembro de 2016
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Numa pendularidade histriónica, o presidente do município viseense, assume posições distintas perante a mesma situação, assim seja governo o PS, o PSD, o PS…
Por isso, foi vê-lo a reclamar com aparato a duplicação do IP3 no tempo de José Sócrates, vê-lo caladinho durante a coligação PàF de Coelho e Portas – que integrou temporariamente de Junho de 2011 a Abril de 2013, enquanto secretário de Estado adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, do XIX Governo Constitucional – e, passada essa amnésia de quatro anos, voltar à carga, neste governo de António Costa e da forma mais aguerrida, arrastando atrás de si e do pálio que o acoita, a comunicação social que tanto o aprecia – vá-se lá a saber porquê! – a fim de ecoar seu testemunho reclamante, em pleno iP3, lanço Viseu-Coimbra, na extrema do distrito, exigindo urgência na construção de uma via alternativa a esta, terminada em 1998, na vigência do XIII Governo Constitucional encabeçado por António Guterres.
Mas não esteve Almeida Henriques no lugar certo para ter feito a obra que reclama aos outros? A Economia e o Desenvolvimento Regional? Poderia ter concretizado então a tal Via dos Duques…
É evidente que concordamos com este desiderato, com esta necessidade, com tal imperiosidade, como aliás qualquer pessoa de bom senso. Lamentamos apenas o oscilatório desejo, assim como a intenção que lhe subjazerá: falar estridentemente para os microfones e sob os holofotes à procura, não do tempo perdido, mas de uma projecçãozinha mediática, mostrando a boa pessoa que é e a sua imensa preocupação com todos os munícipes e demais utentes do itinerário principal 3, que tantas vítimas já fez desde a sua construção.
Este charivari de 180º estatela-se no descrédito e só teria aceitação se fosse persistente e continuado. Aí, chamar-se-ia coerência. Mas estes são ventos que parece não soprarem para os lados do Rossio…
Todos os Governos vêm dizer que o IP3 é uma urgência e até hoje nenhum teve a capacidade de resolver um problema tão grave. O Estado português merece ser colocado em tribunal por, ao longo de 30 anos, se terem sistematicamente perdido vítimas nesta via.”
De acordo, caríssimo, pena é ter chegado a esta conclusão apenas em Julho de 2016.
Cinismo eleitoralista ou mera desfaçatez?
 
(foto DR)

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Publicado em Editorial