Associativismo municipal

    Um fenómeno interessante é a incapacidade dos municípios interagirem com os seus concelhos limítrofes. Hoje, quando há uma necessidade premente de congregar e apresentar projectos com escala e dimensão, a dificuldade que certas autarcas persistem em manter de protocolar com os seus congéneres próximos é tão desoladora quanto é fácil geminarem-se com localidades […]

  • 10:32 | Quinta-feira, 19 de Novembro de 2015
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Um fenómeno interessante é a incapacidade dos municípios interagirem com os seus concelhos limítrofes.
Hoje, quando há uma necessidade premente de congregar e apresentar projectos com escala e dimensão, a dificuldade que certas autarcas persistem em manter de protocolar com os seus congéneres próximos é tão desoladora quanto é fácil geminarem-se com localidades no estrangeiro a milhares de quilómetros.
Talvez modismos ou só parolismos…
Como me dizia há tempos um conceituado edil: “Cada autarca é galo de seu poleiro…”. Esse tempo, essa concepção, essa mentalidade está completamente ultrapassada e, agora mais do que nunca e até 2020 — pelo menos — há uma necessidade crescente de as câmaras vizinhas e partilhadoras de análogos territórios terem e submeterem projectos comuns e a eles se consagrarem num todo coeso e transversal a “capelas pessoais”, capazes de superar algumas insuficiências pontuais na sua singularidade e no seu isolamento.
Do distrito, apenas o concelho de Viseu tem dimensão para se abalançar em sprinter isolado a certos projectos de desenvolvimento que exigem, pelo menos, ser comuns a 50 mil habitantes. Mas existem municípios próximos que, se “conciliados”, alcançariam juntos o patamar indispensável e necessário para se candidatarem a fundos comunitários apenas disponíveis para áreas territoriais com uma demografia justificativa e representativa.
Assim, e até independentemente de se localizarem em distritos diferentes, têm na proximidade, nos recursos naturais afins e na lucidez dos seus autarcas, a possibilidade de envolvimentos comuns capazes de gerar alternativas várias e riqueza substantiva para os seus municípios e, claro está, para os seus munícipes.
Há que ganhar escala. Este é o lema e o mote. Porque esperam?

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Publicado em Editorial