A ética não é uma “batata”, nem na Câmara Municipal de Sátão há “caciques”

    Conheço o presidente da Câmara do Sátão, Alexandre Vaz, desde a infância. Idem, o seu vice-presidente, Paulo Santos. Sem nunca termos sido demasiado próximos, somos contemporâneos e cultivamos o “Olá, estás bom?”, assim como a urbanidade que existe entre pessoas civilizadas. Ademais, cumprimentamo-nos sempre, quando nos encontramos, por acaso e infelicidade, nalgum funeral… […]

  • 13:06 | Quinta-feira, 22 de Junho de 2017
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Conheço o presidente da Câmara do Sátão, Alexandre Vaz, desde a infância. Idem, o seu vice-presidente, Paulo Santos. Sem nunca termos sido demasiado próximos, somos contemporâneos e cultivamos o “Olá, estás bom?”, assim como a urbanidade que existe entre pessoas civilizadas. Ademais, cumprimentamo-nos sempre, quando nos encontramos, por acaso e infelicidade, nalgum funeral… Logo, nenhuma animosidade pessoal existe. Clarificado este ponto, vamos ao que interessa.
Que “diacho” pode levar estes dois edis, a 3 meses das eleições autárquicas, a perceptibilizarem de súbito, que os quadros do município que “comandam” carecem urgente e prementemente de “oito postos de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado”?
Evidentemente que a Câmara Municipal local deve andar agitada pela enorme dinâmica evolutiva e de crescimento, que nem todos têm lobrigado, talvez por mera miopia.
É óbvio que se adregam a precisar de 8 novos quadros a 3 meses de um acto eleitoral autárquico, tal só pode dever-se a uma mera e total coincidência temporal.
Há muito que as autarquias se tornaram – para ónus de todos os munícipes que o pagam em impostos – das maiores entidades empregadoras dos respectivos territórios.
Nalgumas até e somente por mero “amiguismo” e muito pouca ou nenhuma meritocracia…
Quando não conseguem atrair investimento público e necessitam de colocar alguns “jovens promissores”, alargam os respectivos quadros e, com um jeitinho especial, lá conseguem amesandar os  desempregados da “casa” ou do partido.
O que não é o caso. Aqui, só temos a louvar um executivo camarário que, fruto da sua política de investimento, crescimento, desenvolvimento e notória evolução, percebe agora, enfim, que os seus recursos humanos são escassos e que há muito desemprego por aí fora. Estes lugares ora levados a concurso não devem ser exclusivos para residentes no concelho, nem tão pouco – nunca tal nos passaria pela cabeça – talhados à medida do freguês A ou B. Aliás, estes concursos, passíveis de cabal impugnação, obedecem a regras cristalinas e transparentes de isenção, na selecção dos putativos candidatos.
Também nunca ousaríamos congeminar que tal procedimento concursal, a 100 dias das eleições autárquicas, se inserisse numa “gestão de expectativas” habilidosa/artificiosa para trazer os votantes que têm um filho, uma nora, um sobrinho no desemprego… a salivar de ostentado voto na mão, na esperança de almejar tal colocação.
Aquilino Ribeiro, em “Cinco Réis de Gente”, entre muitos e deliciosos episódios sobre “caça aos votos”, relatava o que segue:
“O professor Túlio segredou para D. Nicéforo:
— Trata-se dum mariola pouco recomendável. Andou com os engenheiros da estrada, despediram-no. Foi carteiro, teve um processo às costas. Quando fez o serviço militar, apanhou não sei quantos meses de presídio. Segundo consta, não é seguro de mãos.
— Promete-se-lhe o lugar de guarda na Casa da Moeda e temos o voto certo! – gracejou D. Nicéforo.”
Mera ficção, claro está!
E agora, passemos a assuntos sérios…
Os lugares a concurso, que podem ser consultados na 2ª Série do Diário da República de 12 de Junho, sob o aviso nº 6675/2017, são para quatro técnicos superiores na área da Economia, Ciências da Educação, Engenharia Florestal e História, um lugar de assistente técnico para o Planeamento, Ordenamento e Ambiente e de três assistentes operacionais para a Divisão de Obras Municipais.
Por isso, caros amigos, corda nos sapatos… e lembrem-se, os lugares serão para provimento… talvez para 2018.
 
(foto DR)

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