A desprezada mata do Fontelo

      Este espaço de Viseu, por muitos considerado o seu pulmão, nas suas dezenas de hectares que chegam até Gumirães, constitui-se por uma grande variedade de seculares espécies botânicas, com destaque para os carvalhos e os castanheiros. Inicialmente jardim/parque do Paço Episcopal, onde hoje está sedeada a Vitivinícola do Dão, data do longínquo […]

  • 23:26 | Quarta-feira, 08 de Julho de 2015
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Este espaço de Viseu, por muitos considerado o seu pulmão, nas suas dezenas de hectares que chegam até Gumirães, constitui-se por uma grande variedade de seculares espécies botânicas, com destaque para os carvalhos e os castanheiros.
Inicialmente jardim/parque do Paço Episcopal, onde hoje está sedeada a Vitivinícola do Dão, data do longínquo século XVI.
Dotado de algumas estruturas desportivas, dela se destaca o estádio municipal, “casa” do Académico de Viseu.
Já passou por vicissitudes várias, tempos melhores e piores e, altaneiro, tem resistido à incúria e desmemória dos homens e, pior ou melhor, entre alguns arruamentos varridos e outros destratados, entre pedaços de mata razoavelmente limpa e outros — a maioria — perigosamente sujos, com vegetação espessa de selva e palmos de combustível húmus, vê-se ladeada para a Rua do Fontelo, junta ao bairro de Santa Eugénia, de muros esboroados pelos anos e maus tratos dos homens, de portões decadentes e de um espaço que já foi Parque de Campismo e hoje é uma estrutura cedida aos Escuteiros, mal-aproveitada e descuidada. Lembramos que Viseu, com toda a sua presunção a Cidade Património da Humanidade, será a única das 18 capitais de distrito que não é dotada de parque de campismo, o que a retira, inevitavelmente, do cada vez mais crescente destino ou ponto de passagem de caravanistas…
Hoje, a mata do Fontelo, que já esteve para ser o Jardim Botânico da cidade, é um sítio acolhedor na sua secular sombra e frescura e, ao mesmo tempo, é um local potencialmente propício a uma devastadora catástrofe, se alguma faúlha deflagrar na sua envolvente “selvagem”.
A legislação em vigor devia acautelar situações desta natureza, que não só põem em risco um fantástico património municipal, como põem em perigo todos quantos, a montante, residem.
Não sei se a responsabilidade é da CMV ou da Junta — hoje confundem-se os âmbitos de acção de cada uma — mas certo é que as legiões de jardineiros que gastam o tempo e o dinheiro público a aprimorar as visíveis rotundas, mereceriam, no seu rigor e qualidade, ser geridos com a eficácia dos recursos humanos onerosos e poderiam passar, em pelotão, um dia por semana a tratar, limpar, dignificar, desarmadilhar, tanto o Fontelo como a Aguieira.
Mas para isso carecíamos de autarcas de qualidade… e não de autarcas-holofotes ou prioritariamente preocupados com “merda de cão”.
Nota 1: Se estas fotografias não chegarem, temos mais dois centos delas para os cépticos.
Nota 2: Porque não actuam as autoridades policiais investidas desse poder?
 

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Publicado em Editorial